São Paulo, segunda-feira, 07 de fevereiro de 2011

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Rio dá aviso prévio e ocupa morro sem tiro

Objetivo do governo é instalar três Unidades de Polícia Pacificadora em Santa Teresa e no Complexo São Carlos

Para Secretaria de Segurança, aviso prévio sobre a operação é estratégia de retomar território sem vítimas

ITALO NOGUEIRA
HUDSON CORRÊA
DO RIO

Anunciada há 11 dias, a ocupação pelas forças de segurança das favelas de Santa Teresa e do Complexo São Carlos, no centro do Rio, terminou ontem sem troca de tiros e com poucas prisões.
O objetivo é instalar, neste semestre, três UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).
Além de policiais Militar e Civil, participaram federais, rodoviários federais e fuzileiros navais. Às 6h, eles deram início às incursões nas comunidades dos Prazeres, Escondidinho, Fogueteiro, Fallet, Coroa, Mineira, Zinco, Querosene e São Carlos.
As ruas ainda estavam vazias. Cerca de duas horas depois, a conclusão da operação era comemorada.
O único sinal de criminosos no morro dos Prazeres, na encosta de Santa Teresa, eram inscrições contra a política da Secretaria de Segurança. "UPP é o caralho. Bala neles", diziam pichações.
Criminosos abandonaram casas luxuosas onde viviam.
Segundo moradores, os principais traficantes começaram a deixar as comunidades já na semana passada.
"Ficaram só os pés de chinelo. Traficantes choraram, querendo sair da favela com os chefões, que não quiseram levá-los", disse um morador do Fogueteiro que não quis ser identificado.
Setores de inteligência da polícia apontam a Rocinha (zona sul) e favelas da região metropolitana como destino dos criminosos.
Para o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, o aviso prévio sobre a operação faz parte da estratégia de "retomada do território sem aumentar as estatísticas de bala perdida, de autos de resistência, de homicídios ou ferimento de qualquer pessoa".
Segundo a Polícia Civil, até a conclusão desta edição três pessoas tinham sido presas nas favelas ocupadas: o alemão Kai Jörg Hildebrant Niespodziany, 37, suspeito de atuar como médico para os traficantes e detido por suspeita de exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica; Gilvado de Souza Silva, detido por suspeita de porte ilegal de arma; e Ivanaldo Barbosa da Silva, que era foragido e já tinha mandado de prisão expedido.
A polícia não informou se eles têm advogados.

Colaborou CIRILO JUNIOR, do Rio


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