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Grávida, menor não tem enxoval
DA FOLHA CAMPINAS
Sem dinheiro para comprar o
enxoval da filha, que deve nascer
no próximo mês, uma das adolescentes de 16 anos que foi aliciada
na cidade de Porto Ferreira afirma que seu maior desejo, hoje, é
ganhar uma indenização.
"Eu queria minha indenização
para a minha mãe comprar uma
casa e sair daqui. Eu não agüento
mais viver na minha [casa]. Eu
sou discriminada pelo meu próprio pai", afirma a adolescente.
Luiza (nome fictício) afirmou
que tem certeza de que sua filha é
de um ex-namorado.
Para a adolescente, uma possível condenação dos acusados não
faz diferença. "Tanto faz. Eles já
estragaram minha vida. Tenho
certeza de que eles não vão ficar
presos", declarou.
A adolescente disse que se arrepende de ter denunciado a participação dos vereadores, empresário, servidores municipais e comerciantes nas festas em ranchos
e chácaras da cidade, que incluíam jogos sexuais.
"Minha vida piorou muito depois de tudo isso, e eu sei que eles
não vão ficar presos", afirmou.
Sonho
Luiza conta que encontra as outras adolescentes que estiveram
envolvidas no caso na escola com
freqüência. Conta também um
sonho. "Todas estão indo para a
escola. Eu gostaria de fazer uma
faculdade, mas eu não sei ainda
qual será", disse.
A mãe da adolescente -que
também pediu para não ser identificada- afirmou esperar que
todos os envolvidos sejam condenados pelo envolvimento no esquema em Porto Ferreira.
"Que a minha filha cuide bem
da filha dela para que a menina
também não vá para o rancho",
afirmou a mulher, que está desempregada.
(DP)
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