São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2007 |
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GILBERTO DIMENSTEIN Casal conectado Julio, inspirado em seus conhecimentos médicos, decidiu criar um mouse ortopédico. A mulher o apoiou
A VIDA DO cirurgião argentino
Julio Seggalle desabou quando sua mulher morreu. Sua
especialidade, em Buenos Aires, era
operar vítimas de traumas em prontos-socorros. Teria de reinventar-se
para cuidar de sua filha pequena,
tantas vezes era acionado para
emergências, muitas das quais de
madrugada. O protótipo do mouse foi levado para grandes empresas americanas de informática. Mas achavam que o produto deveria ter um design mais atraente. As modificações, na opinião do médico, iriam afetar o aspecto terapêutico. Não teve negócio. Um grande grupo de informática brasileiro se interessou pela idéia e emprestou uma sala para que Julio desenvolvesse sua descoberta para ser comercializada. Tudo parecia ir bem. Até que a empresa foi vendida e o mouse, arquivado. "Neste momento, eu fraquejei e caí em depressão", lembra Julio. Marta fez com que ele não desistisse e, com seus conhecimentos de contratos, ajudou o marido a ganhar todos os direitos pelo produto, patenteado na Europa e nos Estados Unidos. "Já tínhamos até recebido prêmios internacionais de saúde no trabalho", diz Julio. Depois de todas essas frustrações, foram feitas novas parcerias. O casal aposta que, em breve, começarão a vender as primeiras unidades dos mouses ortopédicos. Independentemente da aceitação do mercado (mais uma incógnita), eles souberam se manter conectados - e ela, nesta semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, é daqueles casos de mulheres que aprenderam a se reinventar. gdimen@uol.com.br Texto Anterior: Ação em favelas é necessária, diz secretário Próximo Texto: A cidade é sua: Tráfego de caminhões dificulta vida de moradores da zona sul Índice |
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