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Ação em favelas é necessária, diz secretário
DA SUCURSAL DO RIO
Embora provoquem tiroteios que vitimam inocentes,
as operações policiais nas favelas cariocas vão continuar
porque são "mais do que necessárias, obrigatórias", disse à Folha o secretário estadual de Segurança Pública,
José Mariano Beltrame.
"Há riscos, mas nós vamos
tolerar isso? Vamos esperar
que os bandidos saiam para o
asfalto e usem esses armamentos? Não estou subindo
o morro para dar tiros nas
pessoas. Se hoje a sensação
de violência é absurda, o que
dirá daqui a dois, três anos?
Se nós não fizermos isso, vamos criar verdadeiras fortalezas, inexpugnáveis", disse.
De acordo com o secretário, a ação no complexo do
Alemão foi planejada de modo detalhado a partir de informações obtidas pela Subsecretaria de Inteligência.
"No momento em que sei
que em determinada rua, em
determinado local, tem um
verdadeiro arsenal de guerra, drogas, armas, metralhadoras capazes de derrubar
um avião, como chefe da secretaria tenho a obrigação de
ir e reaver esse material."
Questionado se essas
ações valeriam a pena, em
razão das mortes e ferimentos em moradores das áreas
dos confrontos, Beltrame,
que é delegado da Polícia Federal, disse: "Acho que sim".
Ele voltou a dizer que tem
quase certeza de que as balas
perdidas foram disparadas
por traficantes, a quem chamou de "nosso adversários".
"Eles não sabem dar tiro
tático, qualificado, muitas
vezes atiram drogados, não
são pessoas habilitadas. Os
policiais de batalhões especiais são habilitados para
atuar nessas situações. Não
vamos entrar na favela dando tiro a esmo."
Beltrame citou com satisfação a apreensão de 15 mil
cartuchos de fuzil no Alemão. A PM, diz, não tem tanta munição para uso imediato. "O que eles iam fazer com
15 mil cartuchos?". Ele lamentou que as lideranças
comunitárias não tenham
dito à polícia onde ficava o
paiol.
(SERGIO TORRES)
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