|
Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA SEXUAL
Foto encontrada em computador aponta para crime em república, afirma polícia
Três estudantes da PUC-Campinas são acusados de estuprar colega
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Três universitários -dois alunos do curso de arquitetura e um
de jornalismo- da PUC-Campinas foram presos temporariamente sob acusação de dopar e
depois estuprar uma estudante de
24 anos em uma república estudantil após um churrasco.
Um deles foi preso anteontem
no prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Os outros foram presos na segunda. O crime
ocorreu em 8 de dezembro de
2004, mas só agora a polícia obteve provas para pedir a prisão dos
três alunos. O caso é investigado
sob sigilo pela Polícia Civil. Até
ontem, os três acusados, de idades
entre 20 e 25 anos, não haviam
constituído advogado.
A polícia achou uma fotografia,
em um computador na república,
em que a vítima aparece nua, aparentemente desacordada e sendo
segurada por dois universitários
-também nus-, enquanto o
terceiro estudante aparece ao lado
dela com o pênis ereto.
Os estudantes também aparecem em outras fotografias localizadas no mesmo computador
consumindo drogas.
"Ela e a sua família passam por
acompanhamento psicológico
por causa desse crime bárbaro",
disse o advogado da vítima, Ralph
Tórtima Stettinger Filho.
A universitária -que está no
terceiro ano de arquitetura-
transferiu o curso no início do
ano para uma universidade de
São Paulo.
Churrasco
A universitária registrou boletim de ocorrência em 10 de dezembro e passou por exames de
corpo de delito no IML (Instituto
Médico Legal) no mesmo dia. Ela
também fez exame particular no
Hospital São Luís, em São Paulo.
Os resultados comprovaram o
abuso, segundo o advogado.
De acordo com o boletim de
ocorrência, a universitária foi a
um churrasco de confraternização da faculdade de arquitetura
com uma amiga, em uma chácara
de Campinas. Ela relata que começou a se sentir mal após ter tomado uma bebida oferecida por
pessoas no local do churrasco.
Em seguida, a universitária afirma ter deixado a chácara na companhia dos três acusados, que ofereceram carona. "Depois disso ela
perdeu a consciência e só a retomou no dia seguinte, nua no banheiro da república", disse o advogado da estudante.
As roupas dela estavam dobradas e postas a seu lado. A vítima
disse à polícia ter acordado com
arranhões e hematomas.
O inquérito policial foi instaurado no dia 17 de dezembro e a polícia ouviu testemunhas, amigos e
colegas dela e dos acusados. Na
semana passada, a polícia recebeu
o laudo da perícia no computador
e elaborou o pedido de prisão.
Além dos três universitários
presos, outros dois moram na república, que fica no bairro Chácara Primavera -região próxima
ao campus da PUC. A república é
batizada pelos estudantes como
"caverna". A polícia investiga se
outros alunos dessa república e de
outra localizada em frente teriam
participado do crime, tirando fotos ou assistindo ao estupro.
A jovem ainda passou por diversos exames para constatar se
houve transmissão de doença venérea, mas os testes deram negativo. O inquérito está em fase final e
aguarda o resultado de perícias e
o depoimento dos três acusados
antes de ser remetido à Justiça.
PUC
A PUC-Campinas confirmou
ontem, por meio de nota oficial
divulgada por sua assessoria de
imprensa, "que um aluno da universidade foi detido, para investigações da Polícia Civil de Campinas sobre fatos ocorridos em ambiente externo à universidade".
De acordo com a nota, a detenção ocorreu em um pátio do campus 1, razão pela qual a reitoria
"orientou a direção da Faculdade
[de Arquitetura e Urbanismo] a
esclarecer os demais alunos".
A universidade informou ainda
que "não tem mais detalhes sobre
o caso e aguarda o desenvolvimento das investigações".
Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: Português, pero no mucho Índice
|