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ALERTA GASTRONÔMICO
Peças serão coletadas nos cinco maiores importadores do produto e analisadas pelo Adolfo Lutz
Prefeitura fará análise de amostras de peixe
VICTOR RAMOS
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo irá coletar, a partir de segunda-feira,
amostras de peixes trazidos para
o Estado pelas cinco maiores importadoras que abastecem os restaurantes da cidade. As peças serão encaminhadas para análise no
Instituto Adolfo Lutz.
A decisão foi tomada em razão
do surto de infecção provocado
pela ingestão de peixe cru (sashimi e sushi). A difilobotríase, uma
doença intestinal, é transmitida
pelo parasita Diphyllobothrium
spp, conhecido por tênia do peixe,
que vive nos pescados. De março
de 2004 a março último, a difilobotríase atacou 28 pessoas em São
Paulo -18 delas neste ano.
O principal suspeito de ser o
transmissor da verminose é o salmão importado do Chile, país que
é o principal fornecedor do peixe
para o mercado brasileiro.
A coordenadora de Vigilância
em Saúde, Marisa Lima Carvalho,
informou que técnicos da Secretaria da Saúde da cidade reuniram-se ontem com representantes de bares e restaurantes, principalmente da culinária japonesa,
para avaliar as medidas preventivas contra o surto.
Na tarde de ontem foi realizada
uma reunião entre membros da
Associação Brasileira de Culinária
Japonesa e os cinco principais importadores de peixe de São Paulo.
De acordo com o vice-presidente da associação, Luiz Claudio
Mori, foi discutida a possibilidade
de que todo lote vindo do Chile
-de onde parte quase toda a importação brasileira de salmão-
passe a ser fornecido congelado,
previamente, ainda naquele país.
A Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca e o Ministério da
Agricultura informaram que,
atualmente, o peixe chega congelado do Chile quando é fornecido
em pedaços ou postas. Já o peixe
inteiro fresco é transportado em
caixas de isopor, com gelo.
Fiscalização
A coleta de amostras será feita
pela mesma equipe, de 32 técnicos, responsável pela fiscalização
dos cerca de 55 mil bares e restaurantes da cidade, segundo estimativa da Associação Brasileira de
Bares e Restaurantes.
Apenas de restaurantes japoneses, a estimativa da Associação
Brasileira de Culinária Japonesa é
que haja 300 estabelecimentos na
cidade. Se forem incluídos restaurantes de outras especialidades,
como churrascarias, mas que
também servem peixe cru, o número sobe para cerca de 600.
A coordenadora de Vigilância
em Saúde, Marisa Lima Carvalho,
reconheceu que a equipe é pequena, mas afirmou que fiscais das
subprefeituras estão sendo treinados para a atividade.
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