São Paulo, quinta-feira, 07 de abril de 2005

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ALERTA GASTRONÔMICO

Peças serão coletadas nos cinco maiores importadores do produto e analisadas pelo Adolfo Lutz

Prefeitura fará análise de amostras de peixe

VICTOR RAMOS
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo irá coletar, a partir de segunda-feira, amostras de peixes trazidos para o Estado pelas cinco maiores importadoras que abastecem os restaurantes da cidade. As peças serão encaminhadas para análise no Instituto Adolfo Lutz.
A decisão foi tomada em razão do surto de infecção provocado pela ingestão de peixe cru (sashimi e sushi). A difilobotríase, uma doença intestinal, é transmitida pelo parasita Diphyllobothrium spp, conhecido por tênia do peixe, que vive nos pescados. De março de 2004 a março último, a difilobotríase atacou 28 pessoas em São Paulo -18 delas neste ano.
O principal suspeito de ser o transmissor da verminose é o salmão importado do Chile, país que é o principal fornecedor do peixe para o mercado brasileiro.
A coordenadora de Vigilância em Saúde, Marisa Lima Carvalho, informou que técnicos da Secretaria da Saúde da cidade reuniram-se ontem com representantes de bares e restaurantes, principalmente da culinária japonesa, para avaliar as medidas preventivas contra o surto.
Na tarde de ontem foi realizada uma reunião entre membros da Associação Brasileira de Culinária Japonesa e os cinco principais importadores de peixe de São Paulo.
De acordo com o vice-presidente da associação, Luiz Claudio Mori, foi discutida a possibilidade de que todo lote vindo do Chile -de onde parte quase toda a importação brasileira de salmão- passe a ser fornecido congelado, previamente, ainda naquele país.
A Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca e o Ministério da Agricultura informaram que, atualmente, o peixe chega congelado do Chile quando é fornecido em pedaços ou postas. Já o peixe inteiro fresco é transportado em caixas de isopor, com gelo.

Fiscalização
A coleta de amostras será feita pela mesma equipe, de 32 técnicos, responsável pela fiscalização dos cerca de 55 mil bares e restaurantes da cidade, segundo estimativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes.
Apenas de restaurantes japoneses, a estimativa da Associação Brasileira de Culinária Japonesa é que haja 300 estabelecimentos na cidade. Se forem incluídos restaurantes de outras especialidades, como churrascarias, mas que também servem peixe cru, o número sobe para cerca de 600.
A coordenadora de Vigilância em Saúde, Marisa Lima Carvalho, reconheceu que a equipe é pequena, mas afirmou que fiscais das subprefeituras estão sendo treinados para a atividade.


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