|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rua no Jardim Pantanal volta a alagar
Após prefeitura retirar a bomba d'água que drenava o local, rua-símbolo das inundações do verão sofre nova enchente
Segundo o subprefeito da área, a bomba foi retirada para manutenção; base
da Defesa Civil também
não está mais no local
LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Ontem, de novo, a rua Capachós, no Jardim Pantanal (zona
leste de São Paulo), encheu. Para quem não se lembra, a Capachós foi, durante dois meses,
entre o final do ano passado e
início deste, a rua-símbolo das
inundações causadas pela ocupação desordenada da várzea
do rio Tietê. Apareceu em todos
os telejornais -intransitável,
tomada por um caldo espesso
de esgoto misturado a águas de
chuva e de rio.
A prefeitura até já tinha conseguido resolver o problema.
Instalou um caminhão munido
de bomba d'água que sugava o
líquido da rua e o lançava no leito do rio, a poucos metros de
onde o calçamento termina.
Na quarta-feira passada, antes do feriado de Páscoa, caminhão e bomba foram retirados.
Segundo o subprefeito de São
Miguel Paulista, Milton Persoli, responsável pela área, "para
que fosse feita manutenção".
Bastaram, contudo, 16 mm
de chuva (média do Centro de
Gerenciamento de Emergências até as 13h de ontem) para
que a rua Capachós, de novo
sem dragagem, voltasse a ser
tomada pelas águas.
O dado novo em relação às
cheias da virada do ano é que,
agora, os 1.543 alunos do CEU
Três Pontes, na mesma rua,
não estão mais em férias. Às
18h15 de ontem, quando se encerraram as aulas, céu já escuro, viam-se pais e crianças em
seus uniformes azuis tentando
transpor o aguaceiro imundo.
A maioria dos alunos ganhou
da prefeitura um caminho alternativo: a passarela de metal
e madeirite com mais de 300
metros ligando a parte mais alta da rua Capachós à escola,
passando pelo conjunto habitacional com prédios novinhos
-moradores também usam a
passarela para evitar as águas.
O problema é que, entre os
alunos, há os que moram exatamente na área alagada da rua
-para eles, a passarela é inútil.
Vicentina de Arruda, 38, uma
mão segurando o guarda-chuva, a outra apertada em torno
do pulso do sobrinho Pedro, 9,
reclamou encolhida sobre uma
pedra na calçada: "Isto aqui é
água com cocô. A gente paga à
Sabesp para ter água e esgoto,
mas o esgoto está totalmente
entupido."
No auge do drama das enchentes no Jardim Pantanal, a
praça localizada na parte alta
da rua Capachós tinha uma
tenda da Defesa Civil, outra da
PM e do Corpo de Bombeiros
(em que se viam veículos anfíbios), uma barraca da Sabesp
distribuindo água potável e até
um trailer do Conselho Regional de Corretores de Imóveis,
instalado lá a pretexto de ajudar as pessoas que quisessem
sair da várzea do Tietê a encontrar um imóvel para alugar.
Desse aparato todo, ontem, só
restava a base da PM.
Segundo o subprefeito Miguel Persoli, "a empresa que
fornece a bomba d'água garantiu que ainda nesta semana voltará a fazer a dragagem da rua".
Ontem, o prefeito Gilberto
Kassab (DEM) ofereceu ajuda
ao Rio de Janeiro. Segundo
Kassab, o auxílio poderá ser em
mantimentos, equipamentos e
até em funcionários da Defesa
Civil. "A nossa equipe está bastante experiente", disse.
Colaborou MARCIO PINHO , da Reportagem Local
Texto Anterior: Há 50 Anos Próximo Texto: Clima: Chuvas causam destruição no litoral de SP Índice
|