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Governo de SP dará bônus a servidor da Saúde
Medida anunciada ontem prevê pagamento do benefício a funcionários de 38 hospitais que atingirem as metas fixadas
Estimativa da Secretaria da Saúde é gastar R$ 83 mi em dois anos; sindicato, que negocia reajuste salarial de 42,9%, critica a iniciativa
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria de Estado da
Saúde anunciou ontem a criação de um bônus por mérito
que poderá beneficiar até 40
mil funcionários de 38 hospitais. A previsão é desembolsar
R$ 83 milhões para premiar em
dois anos trabalhadores de todas as áreas (UTI, pronto-socorro, centro cirúrgico etc).
Cada um desses setores nos
diferentes hospitais terá metas
a cumprir, que serão estabelecidas pelo hospital em conjunto com a secretaria. Receberão
mais um salário por ano os que
alcançarem o objetivo -quem
conseguir alguma melhora terá
um benefício proporcional.
A divulgação do novo benefício se deu em meio às negociações nas últimas semanas entre
o SindSaúde -que representa
os funcionários- e o governo.
O sindicato diz que a categoria
não tem reajuste salarial desde
2005 e pede aumento de 42,9%.
A entidade chegou a promover paralisações na semana
passada e programa uma manifestação para hoje no centro. A
Secretaria de Estado de Gestão
Pública informou ontem que
analisa o pedido de reajuste.
Segundo o coordenador estadual da Saúde, Ricardo Tardelli, o bônus é um incentivo para
que o hospital melhore seu desempenho em organização,
aplicação dos recursos e dedicação do funcionário. "Se um
hospital pode fazer 500 partos
e, na prática, está conseguindo
realizar 400, a meta é cumprir o
potencial para o qual ele foi
criado."
Segundo Tardelli, terão pagamento de bônus ainda este ano
os hospitais de Vila Nova Cachoeirinha, Taipas e Cândido
Fontoura, na capital, e Padre
Bento, em Guarulhos, que já integram o projeto-piloto de metas criado pela secretaria no
ano passado. Até 2012, todos os
38 hospitais administrados pela pasta integrarão o projeto.
A bonificação por desempenho já havia sido adotada na
educação pela atual gestão.
Críticas
Hélcio Marcelino, secretário-geral do SindSaúde, disse
que a medida vai contra a ideia
de unidade do SUS (Sistema
Único de Saúde) e diferencia os
hospitais, além de permitir que
o gestor da unidade pressione o
servidor. "Funcionários que
participarem de greve poderão
ficar sem o bônus", afirmou.
O sindicalista citou ainda que
profissionais como enfermeiros atuam em diferentes departamentos, o que dificulta traçar
metas por setor. "Como criar
metas para quem desempenha
múltiplas atividades?", disse.
R$ 83 mi
é o quanto o governo de SP estima
gastar com o bônus em dois anos
40 mil
servidores podem receber o benefício, segundo a Secretaria da Saúde
42,9%
é o quanto o sindicato da categoria
pede de reajuste salarial
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