São Paulo, quinta-feira, 07 de abril de 2011

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Exército quer construir prédios em área de preservação no Rio

Projeto prevê a construção de quatro edifícios no Forte do Leme

ITALO NOGUEIRA
DO RIO

O Exército quer construir quatro prédios em área de preservação ambiental dentro do Forte do Leme, na zona sul do Rio.
Para permitir a iniciativa, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) propôs alteração na legislação sem ouvir o secretário municipal de Meio Ambiente e vice-prefeito, Carlos Alberto Muniz (PMDB).
O Conselho Gestor das APAs (Áreas de Proteção Ambiental) dos Morros do Leme e da Babilônia e São João, onde há previsão de construção dos prédios, enviou carta ao prefeito e à Câmara Municipal pedindo a retirada do projeto de lei para aprofundar estudo sobre eventual impacto ambiental da obra. Muniz apoiou a proposta.
A intenção do Exército, segundo mensagem do prefeito enviada em fevereiro à Câmara, é construir quatro edifícios de quatro andares para habitação temporária de oficiais que participam de cursos no forte, sede do Centro de Estudos de Pessoal.
O Exército afirma, segundo Paes, que tem dificuldade em encontrar acomodação para os oficiais que vêm à cidade participar de atividades na unidade.
O projeto prevê a construção de 72 apartamentos e a criação de cerca de 200 vagas para automóveis, segundo projeto apresentado aos moradores do bairro na sexta-feira passada.
Procurados pela Folha, o Exército e o prefeito não se pronunciaram até a conclusão desta edição.

COMUNICAÇÃO
O vice-prefeito, que acumula a pasta de Meio Ambiente, queixou-se de não ter sido comunicado por Paes sobre a proposta do empreendimento do Exército.
"É claro que deveria ter sido ouvido. Começa com uma questão de bom senso, e termina com uma questão de responsabilidade legal. O prefeito é muito zeloso dessas questões legais e de áreas de atribuições [das secretarias municipais]. Nessa aí falhou", disse Muniz.
A bióloga Flávia Colacchi, presidente em exercício do Conselho Gestor da APA, afirmou que apresentação feita pelos militares não mostrou estudo de impacto ambiental ou de vizinhança provocados pelos prédios.
"Vai ter um impacto social, porque vai retirar uma das pouquíssimas áreas de lazer do bairro. Eles disseram que não vai ter impacto ambiental. Mas é tudo a princípio, porque não foi apresentado nenhum estudo", afirmou Colacchi.


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