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Exército quer construir prédios em área de preservação no Rio
Projeto prevê a construção de quatro edifícios no Forte do Leme
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
O Exército quer construir
quatro prédios em área de
preservação ambiental dentro do Forte do Leme, na zona
sul do Rio.
Para permitir a iniciativa,
o prefeito Eduardo Paes
(PMDB) propôs alteração na
legislação sem ouvir o secretário municipal de Meio Ambiente e vice-prefeito, Carlos
Alberto Muniz (PMDB).
O Conselho Gestor das
APAs (Áreas de Proteção Ambiental) dos Morros do Leme
e da Babilônia e São João, onde há previsão de construção
dos prédios, enviou carta ao
prefeito e à Câmara Municipal pedindo a retirada do
projeto de lei para aprofundar estudo sobre eventual
impacto ambiental da obra.
Muniz apoiou a proposta.
A intenção do Exército, segundo mensagem do prefeito
enviada em fevereiro à Câmara, é construir quatro edifícios de quatro andares para
habitação temporária de oficiais que participam de cursos no forte, sede do Centro
de Estudos de Pessoal.
O Exército afirma, segundo Paes, que tem dificuldade
em encontrar acomodação
para os oficiais que vêm à cidade participar de atividades
na unidade.
O projeto prevê a construção de 72 apartamentos e a
criação de cerca de 200 vagas
para automóveis, segundo
projeto apresentado aos moradores do bairro na sexta-feira passada.
Procurados pela Folha, o
Exército e o prefeito não se
pronunciaram até a conclusão desta edição.
COMUNICAÇÃO
O vice-prefeito, que acumula a pasta de Meio Ambiente, queixou-se de não ter
sido comunicado por Paes
sobre a proposta do empreendimento do Exército.
"É claro que deveria ter sido ouvido. Começa com uma
questão de bom senso, e termina com uma questão de
responsabilidade legal. O
prefeito é muito zeloso dessas questões legais e de áreas
de atribuições [das secretarias municipais]. Nessa aí falhou", disse Muniz.
A bióloga Flávia Colacchi,
presidente em exercício do
Conselho Gestor da APA,
afirmou que apresentação
feita pelos militares não mostrou estudo de impacto ambiental ou de vizinhança provocados pelos prédios.
"Vai ter um impacto social, porque vai retirar uma
das pouquíssimas áreas de
lazer do bairro. Eles disseram
que não vai ter impacto ambiental. Mas é tudo a princípio, porque não foi apresentado nenhum estudo", afirmou Colacchi.
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