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SORTEIO NA TV
Diretores da empresa dizem que há divergências sobre a regulamentação do Ministério da Justiça
Top Vida alega ter prazo de 180 dias
em São Paulo
da Reportagem Local
Os diretores da Top Vida entendem que há divergências na regulamentação do Ministério da Justiça sobre os prazos para a entrega dos prêmios e que podem pagar os sorteados em até 180 dias.
Esse é o prazo do regulamento
do ministério para que os participantes reclamem os prêmios.
Vencido esse período, não havendo ganhador, o valor correspondente à premiação tem de ser entregue ao governo federal.
Segundo os advogados da empresa, há dificuldade em certos
casos para se localizar os ganhadores em apenas 30 dias após o
sorteio. No plano de promoção
apresentado ao ministério, no entanto, a Top Vida assume a responsabilidade de prestar contas
aos ganhadores um mês após o
fim dos sorteios.
As explicações sobre as irregularidades na Top Vida e sobre o
suposto envolvimento do deputado Waldemar Alves Faria Júnior (PMDB) com a empresa foram respondidas por escrito anteontem pelos advogados Henrique Lélis Vieira dos Santos e Paulo Roberto Inocêncio. As dúvidas
foram esclarecidas pelo telefone.
Em carta assinada pelos advogados, o deputado diz que está à
disposição para esclarecer as dúvidas, mas só depois de amanhã.
""Não é possível realizar hoje
(anteontem) a entrevista, em razão de compromissos anteriormente assumidos, entre eles o
aniversário de sua esposa (do deputado)", explica a carta.
O deputado foi procurado pela
Folha na tarde de quinta-feira.
Ele exigiu que as perguntas fossem enviadas por fax e seus advogados responderam parte delas.
POLÍCIA - Os diretores da Top
Vida consideraram infundadas as
informações levadas à polícia pela Companhia Excelsior de Seguros, que registrou queixa dizendo
que uma das cartelas (5ª edição)
foi vendida com apólice de seguro sem cobertura. ""A Excelsior
esqueceu que autorizou a comercialização reclamada", afirma o
texto divulgado.
SORTEIO - Os advogados disseram ainda que a gravação do último sorteio da série verde, que a
Folha tentou acompanhar, foi
feita na noite do dia 28, um dia
antes de ser levada ao ar pela Rede Bandeirantes, no endereço da
produtora MKD, onde a Folha
esteve, inclusive à noite. Santos
não soube informar o horário da
gravação.
A empresa afirmou ter trocado
de auditoria porque não encontrou o auditor. A Folha esteve
com ele à tarde na MKD, no horário do sorteio cancelado.
A empresa Honda Consultores
Tributários fez a auditoria e aparece no informe publicitário levado ao ar no sábado pela TV.
Os advogados dizem que o sorteio foi aberto ao público e que
não havia obrigatoriedade de
mostrar os prêmios publicamente, apesar de constar das cartelas
o endereço onde será feita a exibição, conforme exige o Ministério
da Justiça.
Ricardo Souto, que se identificou à Folha como organizador do
sorteio e responsável por avisar
os premiados, não participa da
promoção da Top Vida, segundo
a carta explicativa dos diretores.
Dois ganhadores que estão com
dificuldade para receber a premiação disseram ter falado com
ele por telefone sobre o problema.
PREMIADO - O desempregado
Justo Martinez de Morais ganhou
um carro zero-quilômetro e mais
R$ 7.000 em barras de ouro, segundo os organizadores. Ele foi
descoberto pela reportagem e
não conseguia saber se havia sido
sorteado. A Top Vida já teria entrado em contato com ele.
Segundo os advogados, todos
os ganhadores estão sendo ""devidamente informados e estão recebendo os prêmios no prazo".
Segundo a assessoria jurídica
da Top Vida, os sorteios deixaram de ser veiculados pela TV Record devido à diferença de preço
do espaço publicitário.
DONOS - Os proprietários da
empresa Top Projetos Sociais
Ltda. são atualmente Sidnei Octaviani e Carlos Marcelo Oliveira
Silva, conforme consta do cadastro de registros da Junta Comercial do Estado de São Paulo.
Para Santos, um dos advogados
que respondeu às perguntas, o
endereço que aparece no mesmo
cadastro está errado. No local, a
reportagem encontrou dois cômodos nos fundos de um salão de
cabeleireiros.
""Não podemos fornecer o atual
endereço por enquanto", disse.
A mudança no contrato teria sido feita em fevereiro, mas a alteração não consta dos registros da
Junta Comercial pesquisados.
Os advogados também negaram que outras empresas ligadas
ao deputado Faria Júnior tivessem usado o mesmo endereço,
apesar de o cadastro da junta
mostrar o contrário. A Abba Produções e Participações Ltda. alterou sua sede em 17 de dezembro
de 97 para a mesma casa usada
hoje pela Top Vida. A localização
só foi mudada de novo em novembro de 99.
Os advogados chamaram de
""mentirosa ou equivocada" a informação de que a cartela da Top
Vida é comercializada pela GIF
Participações e Investimentos
Ltda., que fica em Barueri (Grande São Paulo) e pertence ao deputado. Mas a Folha apurou que o
prédio abrigava o serviço de atendimento ao público (0800) e servia como sede de trabalho para a
direção da Top Vida.
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