São Paulo, domingo, 07 de maio de 2000


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Premiada nunca recebeu automóvel

em São Paulo

No dia 23 de dezembro do ano passado, antevéspera do Natal, a professora de ensino fundamental Marília Oliveira Anastácio, 40, três filhos, foi premiada com um automóvel Pálio pela Top Vida.
O sorteio foi transmitido pela TV Record, mas a professora só foi à lotérica do bairro onde mora, na Pavuna -zona norte do Rio de Janeiro- na semana seguinte, quando constatou que possuía a cartela premiada.
Segundo ela, começou aí seu calvário. No dia 30 de dezembro, Marília ligou para a Top Vida. A empresa lhe pediu seus dados, confirmou que era o número sorteado e prometeu ligar imediatamente após as festas de fim de ano, o que não aconteceu.
"Passou uma semana sem que ligassem. Eles me enrolaram durante todo o mês de janeiro. Mandei cópias autenticadas de minha documentação, fiz inúmeras ligações interurbanas, mas não consegui nada", diz a professora. Aproximava-se o Carnaval e a professora continuava insistindo. Um dia, segundo conta, uma pessoa que se apresentou como a chefe das atendentes lhe disse que ela só não havia recebido o carro porque não gravara depoimento com o apresentador Raul Gil, da TV Record, que fazia propaganda dos sorteios.
"No dia 9 de março, viajei para São Paulo, com passagem paga pela empresa, e gravei o depoimento agradecendo à Top Vida pelo prêmio. Atrás de mim, estava o carro, com a pintura brilhando. O Raul Gil apertou minha mão e fiquei muito emocionada. O senhor Ricardo (Ricardo Souto, gerente da Top Vida), que acompanhava a gravação, disse que o dinheiro do carro estaria na minha conta no dia seguinte. Voltei esperançosa para o Rio", relata.
A professora, que dá aulas em duas escolas públicas e ganha R$ 1.100 por mês, disse que emitiu um cheque de R$ 4.500 para dar de entrada na compra de uma casa em um conjunto habitacional, contando que receberia o dinheiro rapidamente. Como o depósito não veio, a Caixa Econômica Federal lhe devolveu o cheque.
""Eu telefonava e eles sempre me diziam para ir ao banco no dia seguinte. Eu ia, mas não tinha nenhum depósito em meu nome. Eu pedia às atendentes para me fornecerem o endereço da empresa e elas diziam que não estavam autorizadas a dar esse tipo de informação", afirma a professora.
Segundo ela, o fato se repetiu várias vezes, até que sua paciência se esgotou. No mês passado, ela fez queixa na Defensoria Pública do Estado do Rio e na Susep (Superintendência de Seguros Privados) e está se preparando para enviar denúncia também ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça.


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