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Premiada nunca recebeu automóvel
em São Paulo
No dia 23 de dezembro do ano
passado, antevéspera do Natal, a
professora de ensino fundamental Marília Oliveira Anastácio, 40,
três filhos, foi premiada com um
automóvel Pálio pela Top Vida.
O sorteio foi transmitido pela
TV Record, mas a professora só
foi à lotérica do bairro onde mora,
na Pavuna -zona norte do Rio
de Janeiro- na semana seguinte,
quando constatou que possuía a
cartela premiada.
Segundo ela, começou aí seu
calvário. No dia 30 de dezembro,
Marília ligou para a Top Vida. A
empresa lhe pediu seus dados,
confirmou que era o número sorteado e prometeu ligar imediatamente após as festas de fim de
ano, o que não aconteceu.
"Passou uma semana sem que
ligassem. Eles me enrolaram durante todo o mês de janeiro. Mandei cópias autenticadas de minha
documentação, fiz inúmeras ligações interurbanas, mas não consegui nada", diz a professora.
Aproximava-se o Carnaval e a
professora continuava insistindo.
Um dia, segundo conta, uma pessoa que se apresentou como a
chefe das atendentes lhe disse que
ela só não havia recebido o carro
porque não gravara depoimento
com o apresentador Raul Gil, da
TV Record, que fazia propaganda
dos sorteios.
"No dia 9 de março, viajei para
São Paulo, com passagem paga
pela empresa, e gravei o depoimento agradecendo à Top Vida
pelo prêmio. Atrás de mim, estava
o carro, com a pintura brilhando.
O Raul Gil apertou minha mão e
fiquei muito emocionada. O senhor Ricardo (Ricardo Souto, gerente da Top Vida), que acompanhava a gravação, disse que o dinheiro do carro estaria na minha
conta no dia seguinte. Voltei esperançosa para o Rio", relata.
A professora, que dá aulas em
duas escolas públicas e ganha R$
1.100 por mês, disse que emitiu
um cheque de R$ 4.500 para dar
de entrada na compra de uma casa em um conjunto habitacional,
contando que receberia o dinheiro rapidamente. Como o depósito
não veio, a Caixa Econômica Federal lhe devolveu o cheque.
""Eu telefonava e eles sempre me
diziam para ir ao banco no dia seguinte. Eu ia, mas não tinha nenhum depósito em meu nome. Eu
pedia às atendentes para me fornecerem o endereço da empresa e
elas diziam que não estavam autorizadas a dar esse tipo de informação", afirma a professora.
Segundo ela, o fato se repetiu
várias vezes, até que sua paciência
se esgotou. No mês passado, ela
fez queixa na Defensoria Pública
do Estado do Rio e na Susep (Superintendência de Seguros Privados) e está se preparando para enviar denúncia também ao Departamento de Proteção e Defesa do
Consumidor do Ministério da
Justiça.
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