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ADMINISTRAÇÃO
Funcionários que tiveram acréscimo no salário vão restituir o que receberam a mais; corte atinge 114
TCM vai devolver dinheiro de aumento
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 114 funcionários do TCM
(Tribunal de Contas do Município) que tiveram aumento de salário por conta de uma emenda
aprovada pela Câmara Municipal
no final de março irão devolver o
que receberam a mais. A informação foi dada pela assessoria de imprensa do TCM.
O reajuste aumentaria a folha de
pagamento do tribunal em R$ 64
mil mensais. Como a medida era
retroativa a fevereiro, os servidores já haviam recebido o benefício
e serão descontados.
De acordo com a assessoria do
TCM, uma medida administrativa do presidente do tribunal, Edson Simões, mandou estornar o
valor da diferença. "A decisão foi
adotada antes da aprovação do
projeto de resolução da Câmara
Municipal", informou a nota.
Ao mesmo tempo, porém, funcionários da Câmara e do próprio
tribunal planejam entrar na Justiça para garantir o reajuste. Embora não falem abertamente, para
não sofrer represálias, servidores
de gabinetes de vereadores diziam, na sexta-feira, que pretendem se organizar para reivindicar
o que consideram um direito.
A nota informa que "se (os servidores) considerarem que estão
prejudicados em seus direitos,
pode ser que recorram ao Judiciário, já que há o entendimento de
alguns juristas de que uma resolução e um decreto são inferiores à
lei ordinária".
Na quinta-feira, a Câmara aprovou, por 37 votos e 10 abstenções,
projeto de resolução da mesa diretora que proíbe o repasse do
reajustes aos salários dos servidores da própria Câmara e do tribunal. Os servidores que planejam
recorrer à Justiça argumentam
que o projeto de resolução é, hierarquicamente, inferior a uma lei
aprovada pela própria Câmara.
O projeto de resolução foi a forma encontrada pelo presidente
do Legislativo paulistano, vereador José Eduardo Martins Cardozo (PT), para impedir o aumento
que já havia sido concedido pelo
TCM e que poderia se estender
aos funcionários lotados nos gabinetes dos vereadores.
A confusão sobre o aumento começou na quarta-feira, quando o
chefe da assessoria jurídica do tribunal, Murilo Magalhães Castro,
afirmou em seu depoimento na
CPI do TCM que havia obtido um
acréscimo de R$ 1.900 ao seu salário, elevando-o para R$ 17 mil.
A emenda que garantiu o aumento partiu da própria Câmara.
O projeto original da prefeita
Marta Suplicy (PT) previa o beneficiamento de 1.072 funcionários
do Executivo.
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