São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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SEQUESTRO

Cláudia Reali e os filhos dispensavam guarda-costas e carros blindados; segundo irmã, conduta vai mudar agora

Família não se preocupava com segurança

Patrícia Santos/Folha Imagem
Cláudia Reali de Oliveira Ribeiro, mãe dos garotos libertados ontem, na casa do namorado, Alcides Diniz, nos Jardins (zona oeste)


DA REPORTAGEM LOCAL

Considerada uma pessoa discreta e que evitava frequentar festas, Cláudia Reali de Oliveira Ribeiro, 40, pouco se preocupava com segurança, a exemplo do namorado Alcides Diniz, 60, e do ex-marido João Geraldo Bordon, 44.
Familiares e amigas de Cláudia afirmam que nem ela nem os três filhos, João, 16, Antônio, 14, e Luís Felipe, 11, andavam com seguranças particulares ou carros blindados, apesar de o assunto ser frequentemente abordado em encontros da família Diniz -que já foi vítima de sequestro.
Já na família Bordon segurança não era um tema recorrente. O empresário João Geraldo Bordon, ex-marido de Cláudia e pai dos garotos, também nunca teve seguranças particulares.
O dia-a-dia dos filhos de Cláudia era, segundo uma tia dos adolescentes, absolutamente normal. Segundo ela, os garotos iam para a escola e faziam atividades extras sem seguranças.

Reforçar a segurança
Marina Reali, irmã de Cláudia, disse ontem em entrevista à Rádio Jovem Pan que a família deve, após o sequestro, reforçar a segurança. "A única providência tomada [agora" é reforçar a segurança. Porque, de resto, nós acabamos de pegar as crianças, está todo mundo tão cansado."
Ela também disse que os sequestradores disseram conhecer muito bem todos os hábitos das famílias Bordon e Diniz. "Disseram que a família deve ficar de sobreaviso, porque estão todos estudados. Eles sabem exatamente onde é casa da minha mãe, porque minha irmã foi solta lá, o Alcides recebeu telefonemas no escritório dele, o João Geraldo recebeu telefonemas na casa dele."
Cláudia foi casada por 12 anos com o empresário João Geraldo Bordon, diretor-presidente da Swift-Armour. A separação do casal aconteceu em 1995.
O namoro com Alcides Diniz começou há quatro anos. O casal tem uma relação classificada como estável pelas pessoas mais próximas, apesar de uma separação em abril do ano passado.
De acordo com uma amiga, Cláudia, ao ser libertada pelos sequestradores 12 dias após ser levada, decidiu se mudar para a casa do namorado, nos Jardins (zona oeste de São Paulo).

Culpado
Amigos e pessoas mais próximas das famílias Diniz e Bordon afirmam que Alcides se sentiu culpado pelo sequestro de Cláudia e dos filhos dela.
Isso porque, segundo esses mesmos amigos, ele acreditava ser ele, e não os filhos da namorada, o alvo dos sequestradores.
Irmão de Abílio Diniz, sequestrado em 1989, Alcides não participa das ações do grupo Pão de Açúcar desde 1992, quando, com o irmão Arnaldo, vendeu sua parte no grupo. Na época, a operação rendeu cerca de US$ 100 milhões para cada um deles.
Após a venda das ações do Grupo, Alcides atuou no ramo de hotéis e shoppings. Atualmente, possui um escritório nos Jardins e trabalha no setor imobiliário.
(PALOMA COTES)


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