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Usuários mudam comportamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Suyane Moreira, 23, modelo da
Ford e capa das principais revistas
do país, depende do celular para
trabalhar. Fica as 24 horas do dia
com ele ligado. Depende também
do corpo e da pele perfeitos, sem
queimaduras nem marcas. Por
conta disso, começou a ficar preocupada toda vez que via uma notícia de celular explodindo e resolveu mudar seus hábitos: não anda
mais com ele no bolso, não o deixa no banheiro enquanto toma
banho e não o carrega mais em lugares onde bata o sol.
"Uso o celular o tempo todo,
mas também não posso correr o
risco de me machucar. Trabalho
com a aparência", diz. "Passei a
tomar muito mais cuidado." A
psicóloga Mariana Reis, 34, também redobrou a atenção com o
seu aparelho e agora só o deixa
carregando na varanda. "Antes,
ele ficava no escritório, que é
cheio de móveis de madeira. Se
explodisse, haveria um incêndio."
O comerciante Edson Moraes,
51, deixou de carregar o celular à
noite. "Ligava na tomada e ia dormir. Agora, só carrego de dia." Ele
também parou de usar o carregador que tinha no carro, comprado
em um semáforo. "A gente nunca
sabe o risco que corre."
A procura por um aparelho novo ainda não diminuiu, e os vendedores dizem que as explosões
não devem afetar as compras no
Dia das Mães. Mas contam que
muito cliente chega pedindo celulares que não explodem. "A gente
explica que são casos raros, e a
maioria se convence", conta um
vendedor do Shopping West Plaza. "Mas tem os que não querem
Motorola de jeito nenhum." Outra vendedora, do Shopping Jardim Sul, confirma. "A gente tenta,
mas a marca está encalhada."
O presidente da Motorola no
Brasil, Enrique Ussher, afirma
que ainda não foi detectada uma
redução nas vendas. "Mas elas
podem sofrer algum impacto, e,
por isso, estamos dando informações às lojas para que tranqüilizem os clientes."
(DT)
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