São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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Usuários mudam comportamento

DA REPORTAGEM LOCAL

Suyane Moreira, 23, modelo da Ford e capa das principais revistas do país, depende do celular para trabalhar. Fica as 24 horas do dia com ele ligado. Depende também do corpo e da pele perfeitos, sem queimaduras nem marcas. Por conta disso, começou a ficar preocupada toda vez que via uma notícia de celular explodindo e resolveu mudar seus hábitos: não anda mais com ele no bolso, não o deixa no banheiro enquanto toma banho e não o carrega mais em lugares onde bata o sol.
"Uso o celular o tempo todo, mas também não posso correr o risco de me machucar. Trabalho com a aparência", diz. "Passei a tomar muito mais cuidado." A psicóloga Mariana Reis, 34, também redobrou a atenção com o seu aparelho e agora só o deixa carregando na varanda. "Antes, ele ficava no escritório, que é cheio de móveis de madeira. Se explodisse, haveria um incêndio."
O comerciante Edson Moraes, 51, deixou de carregar o celular à noite. "Ligava na tomada e ia dormir. Agora, só carrego de dia." Ele também parou de usar o carregador que tinha no carro, comprado em um semáforo. "A gente nunca sabe o risco que corre."
A procura por um aparelho novo ainda não diminuiu, e os vendedores dizem que as explosões não devem afetar as compras no Dia das Mães. Mas contam que muito cliente chega pedindo celulares que não explodem. "A gente explica que são casos raros, e a maioria se convence", conta um vendedor do Shopping West Plaza. "Mas tem os que não querem Motorola de jeito nenhum." Outra vendedora, do Shopping Jardim Sul, confirma. "A gente tenta, mas a marca está encalhada."
O presidente da Motorola no Brasil, Enrique Ussher, afirma que ainda não foi detectada uma redução nas vendas. "Mas elas podem sofrer algum impacto, e, por isso, estamos dando informações às lojas para que tranqüilizem os clientes." (DT)


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