|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cliente acusa empresa de censura
DA REPORTAGEM LOCAL
"A Motorola está tentando
comprar meu silêncio." A afirmação é da promotora de vendas
Maria do Socorro Correia de Sales, 50, que perdeu a casa em São
Pedro (SP) em um incêndio que
pode ter sido causado pela explosão do seu celular, em 16 de abril.
Sales deixou o aparelho da Motorola carregando e saiu de casa.
Na volta, o local estava parcialmente destruído pelo fogo. Ninguém da empresa, afirma, está
prestando assistência. "Eles vieram aqui na terça com um papel.
Disseram que, se assinasse, pagariam meu hotel." O documento,
segundo ela, a proibia de dar entrevistas. "Resolvi não assinar, e
eles foram embora sem me dar
ajuda nenhuma. Só disseram que
eu podia atrapalhar a empresa."
A promotora de vendas e a filha,
grávida, estão na casa de parentes.
"Só quero que assumam a responsabilidade. Nunca usei nada
falsificado. Eles precisam descobrir o que houve e nos ajudar."
A dona-de-casa Tutako Furukava de Almeida, 69, que teve
queimaduras nas costas e na mão
após a explosão de seu Motorola
em 1º de abril, em São José do Rio
Preto (SP), também diz ter recebido pessoas da empresa.
Segundo seu marido, Jonas, eles
disseram que a bateria era falsificada e estenderam um documento que o impede de processar a
Motorola por danos físicos à mulher. "Assinei porque me prometeram ressarcir os danos materiais, mas pagaram R$ 50 por um
edredom de R$ 190, R$ 20 pelos
lençóis e R$ 200 pelo colchão."
Enrico Ussher, presidente da
empresa, diz que a marca tem o
maior número de celulares do
país. "Assim, há maior probabilidade de encontrarmos acessórios
falsificados nas ruas."
Quanto às acusações, Ussher
não se pronunciou. A resposta do
departamento jurídico foi que
não há documento que impeça
Almeida de processar a empresa e
que a estada de Sales em um hotel
já está paga, sem condições.
(DT)
Texto Anterior: Circuito que evita sobrecarga é ponto crítico Próximo Texto: Usuários mudam comportamento Índice
|