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Com atraso, tem início licitação para av. dos Bandeirantes
Reforma prevê ampliação da largura da avenida, retirada de semáforos e criação de faixas exclusivas para caminhões
Obras devem começar no segundo semestre e estão previstas para terminar às vésperas das eleições municipais de 2008
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de um ano e meio de
promessas, atrasos e indefinições, foi lançada semanas atrás
a licitação para ampliar a largura da avenida dos Bandeirantes,
eliminar semáforos e criar na
via as primeiras faixas exclusivas para caminhões da capital
paulista -com expectativa de
término às vésperas das eleições municipais de 2008.
As obras, parceria entre Estado e Prefeitura de São Paulo,
devem começar no segundo semestre e, nos dez meses da reforma, haverá uma série de intervenções ao tráfego na área.
"Haverá um transtorno urbano razoável. Só os desvios de
trânsito vão custar R$ 4 milhões [6% do valor da obra]",
diz Thomaz de Aquino Nogueira Neto, presidente da Dersa,
companhia estadual que receberá as propostas da concorrência pública no mês de maio.
A empresa prevê gastar R$
63,3 milhões no pacote de
obras na Bandeirantes -praticamente duas vezes a expectativa original, de R$ 30 milhões.
Estado e prefeitura, que bancará as desapropriações, alegam que a diferença de preços
se deve ao aperfeiçoamento e à
melhoria do projeto inicial, incluindo também as exigências
do licenciamento ambiental.
A mesma justificativa é dada
para a licitação ter atrasado e
sido viabilizada só em abril.
As obras na Bandeirantes,
um dos principais projetos viários das gestões José Serra
(PSDB) e Gilberto Kassab
(PFL), abrangem a ampliação
das pistas, a criação de uma
quinta faixa de rolamento e a
separação das duas faixas de cada lado à esquerda para a circulação exclusiva de caminhões.
28 mil caminhões
Passam pela via hoje quase
250 mil veículos por dia, sendo
28 mil caminhões. Ela é uma
das principais ligações urbanas
para os veículos que se dirigem
ao sistema Anchieta-Imigrantes -e ao porto de Santos.
A reforma é vista por muitos
técnicos como um paliativo para a solução mais duradoura: a
construção do trecho sul do Rodoanel, iniciada em 2006, paralisada em seguida, mas citada
como uma das prioridades de
médio prazo da gestão Serra.
Além da criação das faixas
exclusivas para caminhões, as
intervenções na Bandeirantes
prevêem também a eliminação
de três cruzamentos -no viaduto Santo Amaro, na rua João
Carlos Mallet e na alameda Tupinás-, revitalizações paisagísticas e da geometria das pistas.
Monitoramento
O secretário municipal dos
Transportes, Frederico Bussinger, diz que ela vai inaugurar
um novo sistema de monitoramento do trânsito com câmeras e com painéis eletrônicos.
Ele afirma que a velocidade
média nos picos vai saltar de 11
km/h para 25 km/h. Nega que a
facilidade de circulação seja
restrita aos caminhões. "O carro vai ter só três faixas, mas elas
estarão mais livres", defende.
Veículos pesados que fazem
entregas e precisam acessar
vias próximas, porém, poderão
escapar da faixa exclusiva.
O pacote de mudanças na
Bandeirantes também previa
uma segunda etapa de obras,
com a construção de cinco viadutos e novas alças próximas ao
aeroporto de Congonhas.
A Folha apurou, no entanto,
que essa fase de obras é vista
com incertezas pelo município
e pelo Estado, que cogitam
nem sequer levá-la adiante por
conta dos custos -a estimativa
inicial era de R$ 170 milhões-
e do trecho sul do Rodoanel.
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