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Trecho leste do Rodoanel afetará mil imóveis
Segundo relatório do impacto ambiental da obra, divulgado pela Dersa, trecho de 43,5 km passará por seis municípios
Entre junho e julho, a Dersa fará audiências públicas sobre o projeto, que ainda terá de ser avaliado
pelo conselho ambiental
RICARDO SANGIOVANNI
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 1.070 imóveis
-mais da metade deles na área
urbana de seis municípios- terão que ser desocupados para
dar lugar ao trecho leste do Rodoanel, segundo relatório do
impacto ambiental da obra, divulgado ontem pela Dersa (estatal que administra rodovias).
Ao longo do traçado de 43,5
quilômetros -ligando o trecho
sul do Rodoanel (em obras,
com inauguração prevista para
2010) até a via Dutra-, há 774
imóveis (residencial e comercial) em áreas urbanas e 229 em
zonas rurais e de periferia, entre outros imóveis.
Uma metade da área onde será construída a pista (537 hectares, o que equivale a 690 campos de futebol) é ocupada -há
16% de ocupação urbana.
A outra metade abriga área
verde -onde 35% (cerca de 125
campos de futebol) do espaço é
ocupado por florestas "naturais
mais desenvolvidas", parte delas em "estágio avançado", segundo o estudo.
Custo
O relatório estima em R$ 2,8
bilhões o custo total da obra,
mas não especifica quanto desse valor deve ser gasto em desapropriações. Diz, porém, que a
maior parte do impacto do novo trecho -para a população e
para a vegetação- ficará restrito à faixa de 130 metros de largura onde passará a estrada.
Segundo o projeto, o traçado
das pistas (quatro faixas em cada sentido) prevê limite de velocidade de 120 km/h. Está prevista cobrança de pedágio.
Em junho e julho, a Dersa
realizará audiências públicas
nas seis cidades por onde passará a obra.
Cópias do estudo de impacto
ambiental estão disponíveis
para consulta pública, desde
ontem, em Kombis amarelas
com o logotipo da empresa nessas cidades (horários e endereços estão no site www.ambiente.sp.gov.br/consemaAudiencias.php).
Após as audiências, o projeto
será submetido à aprovação do
Conselho Estadual do Meio
Ambiente para, só então, obter
licença ambiental -necessária
para a licitação do projeto final
e das obras, o que o governo
pretende fazer ainda este ano.
Parte dos imóveis que terão
de ser desalojados para dar lugar à estrada é irregular (sem
título de propriedade). A Dersa
identificará e cadastrará famílias nesses locais em um programa de reassentamento.
Como esses moradores não
têm direito a indenização, por
estarem irregulares, o programa terá "ações de compensação e apoio social" para "garantir que a reposição das moradias ocorra em condições equivalentes ou melhores".
O programa é uma das 99
medidas compensatórias da
obra, ao custo de R$ 411 milhões. Outra é o replantio de árvores em área equivalente a
655 campos de futebol.
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