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FERNANDO SCALAMANDRÉ JÚNIOR
(1923-2010)
Médico e político, ele imaginou invenções
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Fernando Scalamandré Júnior, médico que se embrenhou pela política, tinha cabeça de inventor. Muito sagaz, vivia cheio de ideias.
Achava desnecessário, por
exemplo, que todos os moradores de uma rua fossem
obrigados a ouvir a música do
caminhão de gás. Sua ideia
era colocar um dispositivo
nas casas que utilizavam o botijão. Assim, quando o caminhão passasse, a melodia tocaria apenas nesses locais.
Também quis criar um carro elétrico (que já inventaram
por aí) e uma fábrica de sorvetes chamada "Gela-Goela".
Mas Fernando não ficou só
na imaginação, ele também
pôs a mão na massa. Nascido
em Araraquara, veio para SP
fazer medicina na Escola Paulista. Formou-se em 1949 e foi
trabalhar como clínico geral.
Com o irmão Francisco, cirurgião, abriu um hospital,
onde ficou por pouco mais de
15 anos. Lá, faziam também
atendimentos gratuitos.
Quando venderam o hospital,
Fernando foi ser político.
Começou como vereador
na capital -teve quatro mandatos. Na década de 60, foi
uma espécie de subprefeito
de Santo Amaro (zona sul).
Nessa época, a região ganhou
a estátua de Borba Gato.
Integrou o PTN (Partido
Trabalhista Nacional) e o
MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Foi ainda deputado estadual duas vezes.
Apaixonado por carros antigos, teve uma coleção deles.
Estava aposentado como médico. Na terça-feira, morreu
aos 86, de problemas cardíacos. Deixa viúva, duas filhas,
oito netos e cinco bisnetos.
coluna.obituario@uol.com.br
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