São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2004

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Morte de analista de sistemas é investigada

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O analista de sistemas Cristiano Ríspoli Barros, 25, foi morto com um tiro de fuzil disparado por um policial militar na noite de anteontem, no Engenho Novo (zona norte do Rio). Ele voltava de uma festa na casa de um amigo.
Segundo a 25ª DP (Delegacia de Polícia), onde o caso foi registrado, os policiais do 3º Batalhão de Polícia Militar que patrulhavam a esquina das ruas 24 de Maio e Alan Kardec disseram que Barros aparentava estar bêbado ao volante de seu carro, não obedeceu à ordem de parar o carro e ainda atirou duas vezes contra eles.
A família informou que Barros nunca teve envolvimento com armas. Um irmão da vítima acusou os policiais de terem forjado a troca de tiros. Um revólver calibre 38 teria sido colocado no carro para incriminar o rapaz.
Os PMs disseram que reagiram com tiros de fuzil e pistola ao suposto ataque de Barros. Um dos tiros, de fuzil, atingiu a nuca do rapaz, que morreu na hora. No carro, a Polícia Militar informou ter encontrado o revólver com duas cápsulas deflagradas.
Pouco antes, Barros tinha deixado a namorada em casa, próxima à esquina onde estavam os policiais. Ela chegou a ouvir os disparos. Uma amiga que ainda estava no carro não sofreu ferimentos, mas entrou em estado de choque e não falou com os policiais de plantão na DP. Considerada a principal testemunha do caso, ela prestará depoimento amanhã.
O rapaz cursava a pós-graduação em informática da PUC (Pontifícia Universidade Católica) e trabalhava em empresa que presta serviços à Agência Nacional do Petróleo. Segundo a delegacia, ele não tinha antecedentes criminais.
A delegada-adjunta da 25ª DP, que não quis dizer o nome, afirmou que todas as hipóteses serão investigadas, mas que só a partir de amanhã, com os depoimentos da namorada e da amiga de Barros, será possível ter mais informações. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli recolheram amostras da pele das mãos de Barros para exame que busca vestígios de pólvora, o que poderá determinar se ele atirou nos PMs. (ALESSANDRO FERREIRA)


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