São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2004

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FIM DE SEMANA

A avenida mais famosa de São Paulo recebeu mais visitantes na segunda edição do projeto; tempo bom ajudou

Lazer na Paulista interditada atrai 25 mil

Ciete Silvério/Folha Imagem
Público acompanha performance de uma banda no Domingo na Paulista, evento que transforma parte da avenida em rua de lazer


DA REPORTAGEM LOCAL

Ontem cedo, em São Vicente (litoral de SP), a dona-de-casa Lourdes Cestari, 67, viu num programa de TV imagens do primeiro "Domingo na Paulista" -evento iniciado no dia 30 de maio e que interdita trecho da mais famosa avenida de São Paulo para atividades de lazer.
Não teve dúvidas. Com as duas filhas, pegou um ônibus, o metrô e desembarcou entre praticantes de ioga, um grupo da terceira idade que fazia ginástica e mais crianças jogando futebol, basquete e andando de skate.
"Está bem melhor do que na TV", disse enquanto decidia se arriscaria um alongamento ou ficaria só "observando o movimento". Movimento que, segundo a PM, chegou a ser de 25 mil pessoas até o meio-dia, 10 mil a mais do que no primeiro domingo, graças ao sol, que afastou o frio.
Em meio ao vaivém no quarteirão onde estão, de um lado, o Masp e, do outro, o parque Trianon, paulistanos se misturavam a vizinhos da Grande São Paulo, moradores do interior, de outros Estados e até estrangeiros.
Quase todos eram só elogios à iniciativa da prefeitura, da associação Paulista Viva e de uma série de patrocinadores privados.
"Acho que a avenida podia ser toda interditada, como ocorre com a av. Atlântica, no Rio", disse o carioca Carlos Roberto Silva Pedrosa, 40. "Vamos com calma", retrucou a prefeita Marta Suplicy (PT), que visitou o projeto ontem pela primeira vez. Ela e o presidente da Anhembi (empresa municipal de turismo), Celso Marcondes, disseram querer tornar permanente a idéia, que vai, em caráter experimental, até o dia 20.
Há, porém, obstáculos a vencer. Um deles é a resistência dos expositores da feira de antigüidades do Masp e de alguns dos artistas da feira de artes do Trianon. Eles continuam reclamando que o movimento maior, o congestionamento e a dificuldade de estacionar nas redondezas prejudicam os negócios porque afastam potenciais compradores.
"Acho que é um pouco de preconceito. A cidade precisa de lazer democrático", disse a estudante paulistana Vera Oliveira, 19, enquanto era puxada pela sobrinha, que queria usar a cama elástica.
Em todos os dias do evento, a Anhembi está ouvindo moradores, motoristas e donos de estabelecimentos comerciais na região da Paulista para saber qual o nível de aceitação do projeto.
No próximo dia 13, o Domingo na Paulista terá mudanças por causa da parada gay de São Paulo. As atrações começam às 9h, mas ocorrerão dentro do parque Trianon. Só haverá atividades na avenida do meio-dia às 14h, em conjunto com a parada.


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