São Paulo, quinta-feira, 07 de junho de 2007

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Controladores serão punidos por motim

Comandante da FAB está com relatório de inquérito e deve decidir quem será indiciado por insubordinação em março

Categoria foi avisada informalmente de que cinco ou seis sargentos do centro de controle de tráfego aéreo de Brasília serão indiciados

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Aeronáutica concluiu ontem o Inquérito Policial Militar para punir controladores de tráfego aéreo pelo motim do dia 30 de março que paralisou o espaço aéreo nacional.
A informação de que cinco ou seis sargentos de Brasília seriam indiciados acirrou ânimos no Cindacta-1 (o centro de controle de tráfego aéreo com sede em Brasília), levantando suspeitas de novos protestos por causa dos novos atrasos em vôos, na véspera do feriado de Corpus Christi.
O motim quase causou crise nas Forças Armadas, porque o governo negociou com os controladores e prometeu não puni-los. O relatório do inquérito está agora com o comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), brigadeiro Juniti Saito, que deve decidir quem será indiciado por insubordinação.
A Folha apurou que, mesmo sem chegar à Justiça e ao Ministério Público Militar, controladores de Brasília foram informalmente avisados, na terça à noite, de que seis profissionais serão punidos.
Desde o motim, controladores têm dito que estão "unidos", conhecem o "poder" que têm se optarem parar novamente. FAB e governo consideram que não podem ficar reféns da categoria.
Segundo a Folha apurou, o recado foi dado em reunião com oficiais do Cindacta-1, que reagiram ao boletim de segurança emitido pela ABCTA (Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo).
Nele, controladores são orientados até a fechar setores aéreos em caso de falha de rádio. A organização é presidida por Wellington Rodrigues, que seria um dos indiciados.
Ontem, na CPI do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados, circulou a informação de que uma nova operação-padrão teria sido iniciada em protesto contra o resultado do inquérito. A FAB e controladores procurados pela reportagem atribuíram eventuais atrasos a problemas meteorológicos em São Paulo e no Sul.
Porém, o clima entre controladores estaria tenso. Além da expectativa de indiciamento de Rodrigues e outros controladores supervisores, houve uma curta pane de um minuto no sistema de plano de vôos às 11h24 no Cindacta-1. Isso deixou controladores nervosos e inseguros, mas a situação se regularizou em dez minutos.


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