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Controladores serão punidos por motim
Comandante da FAB está com relatório de inquérito e deve decidir quem será indiciado por insubordinação em março
Categoria foi avisada informalmente de que cinco ou seis sargentos do centro de controle de tráfego aéreo de Brasília serão indiciados
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Aeronáutica concluiu ontem o Inquérito Policial Militar
para punir controladores de
tráfego aéreo pelo motim do dia
30 de março que paralisou o espaço aéreo nacional.
A informação de que cinco ou
seis sargentos de Brasília seriam indiciados acirrou ânimos
no Cindacta-1 (o centro de controle de tráfego aéreo com sede
em Brasília), levantando suspeitas de novos protestos por
causa dos novos atrasos em
vôos, na véspera do feriado de
Corpus Christi.
O motim quase causou crise
nas Forças Armadas, porque o
governo negociou com os controladores e prometeu não puni-los. O relatório do inquérito
está agora com o comandante
da FAB (Força Aérea Brasileira), brigadeiro Juniti Saito, que
deve decidir quem será indiciado por insubordinação.
A Folha apurou que, mesmo
sem chegar à Justiça e ao Ministério Público Militar, controladores de Brasília foram informalmente avisados, na terça
à noite, de que seis profissionais serão punidos.
Desde o motim, controladores têm dito que estão "unidos", conhecem o "poder" que
têm se optarem parar novamente. FAB e governo consideram que não podem ficar reféns da categoria.
Segundo a Folha apurou, o
recado foi dado em reunião
com oficiais do Cindacta-1, que
reagiram ao boletim de segurança emitido pela ABCTA (Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo).
Nele, controladores são
orientados até a fechar setores
aéreos em caso de falha de rádio. A organização é presidida
por Wellington Rodrigues, que
seria um dos indiciados.
Ontem, na CPI do Apagão
Aéreo da Câmara dos Deputados, circulou a informação de
que uma nova operação-padrão teria sido iniciada em protesto contra o resultado do inquérito. A FAB e controladores
procurados pela reportagem
atribuíram eventuais atrasos a
problemas meteorológicos em
São Paulo e no Sul.
Porém, o clima entre controladores estaria tenso. Além da
expectativa de indiciamento de
Rodrigues e outros controladores supervisores, houve uma
curta pane de um minuto no
sistema de plano de vôos às
11h24 no Cindacta-1. Isso deixou controladores nervosos e
inseguros, mas a situação se regularizou em dez minutos.
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