São Paulo, quinta-feira, 07 de junho de 2007

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Para deputados, executivo se contradiz em CPI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O executivo da Embraer que sobreviveu ao acidente do vôo 1907, Daniel Bachmann, prestou ontem um depoimento emocionado na CPI do Apagão Aéreo da Câmara. Mas deputados consideraram que ele foi contraditório e houve suspeita de que foi omisso sobre os fatos para proteger a empresa.
Bachmann, brasileiro de ascendência norte-americana, fez um relato inicial comovido sobre o que ocorreu dentro do jato Legacy, em 29 de setembro, dia da colisão com o boeing da Gol, que deixou 154 mortos.
Segundo ele, o impacto foi "como uma paulada no corpo". Contou ainda que observou os danos ao jato, inclusive um vazamento de combustível na asa e o início de uma "rachadura", que desestabilizava o avião.
A principal contradição encontrada foi quando ele disse que soube só pela imprensa, muito depois, que o transponder do jato estava inoperante.
Para os deputados, isso não é crível, já que Bachmann afirmou ter sido o intermediador de todos os contatos com oficiais para a apuração inicial dos fatos, inclusive dos problemas como o transponder e sistema anti-colisão. Ele era o único a bordo que falava português.
"É inconcebível que ele não tivesse informações mais precisas. Não sei quem ele está protegendo", disse o relator da CPI, Marco Maia (PT-RS).
Pressionado pelos deputados, Bachmann confirmou que os pilotos tiveram orientações dos passageiros Henry Yendle, da Embraer dos Estados Unidos, e Ralph Michielli, chefe de operações da ExcelAire.
Além disso, relatou que, pouco antes do acidente, o piloto Joseph Lepore foi ao banheiro e conversou com os passageiros. Em gravação da cabine, a ausência durou mais de 15 minutos, período no qual o co-piloto Jan Paladino tentou contato com o controle aéreo, sem sucesso. (LEILA SUWWAN)


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