São Paulo, quinta-feira, 07 de junho de 2007

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Com epidemia, Rio "exporta" rubéola para outros Estados

Segundo o Ministério da Saúde, há mais de cem registros da doença em São Paulo, Minas, Ceará e Rio Grande do Sul

Na capital paulista, foram 46 registros até o final de maio, contra 40 em todo o ano de 2006, mas situação não é considerada de surto

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com uma epidemia de rubéola que já dura quase um ano, o Rio de Janeiro tem "exportado" casos da doença para outros Estados, segundo o Ministério da Saúde. Há mais de cem registros de rubéola em São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Sul. Alguns dos casos são de pacientes que visitaram o Rio nos últimos meses.
Na cidade de São Paulo, foram 46 registros até o final de maio, contra 40 no ano passado todo. Ainda assim, a situação não é considerada um surto porque são casos isolados. Em Minas e no Ceará, há surtos.
Para Ricardo Pio Marins, coordenador da Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, há relação entre o aumento de São Paulo e de outros Estados com a epidemia do Rio, mas é difícil quantificá-los porque há muitos casos assintomáticos. "Às vezes, um pega a doença, não tem sintomas, passa para outro, que também fica assintomático e só um terceiro vai manifestar os sinais da rubéola", diz Marins.
Outra forma de estabelecer o vínculo dos casos é pelo subtipo de vírus. O que causou a epidemia no Rio já foi encontrado em outros Estados brasileiros.
Já Sônia Gil, coordenadora do centro de controle de doenças da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, acredita que não é possível comprovar a relação, pois as vítimas não estiveram na capital fluminense.
A rubéola normalmente é benigna. Pode se tornar grave em mulheres grávidas, especialmente no primeiro trimestre da gestação. O bebê pode nascer com SRC (Síndrome da Rubéola Congênita), caracterizada por graves problemas como cegueira, surdez, alterações cardíacas e retardo mental.
O Rio fez uma campanha de vacinação na semana passada, mas só atingiu metade da meta, segundo dados preliminares -a expectativa era vacinar 80% dos 3 milhões de adultos.
A epidemia carioca teve início em julho de 2006 com a vinda de um vírus da Europa. A cidade tem 1.107 casos confirmados e outros mil suspeitos. No Ceará, a doença foi detectada após um homem chegar do Rio.
As mulheres respondem por um terço dos casos de rubéola no Rio. Segundo Marins, para um montante de 2.000 casos de rubéola, espera-se até cem registros de infecção congênita.


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