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Com epidemia, Rio "exporta" rubéola para outros Estados
Segundo o Ministério da Saúde, há mais de cem registros da doença em São Paulo, Minas, Ceará e Rio Grande do Sul
Na capital paulista, foram 46 registros até o final de maio, contra 40 em todo o ano de 2006, mas situação não é considerada de surto
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com uma epidemia de rubéola que já dura quase um ano,
o Rio de Janeiro tem "exportado" casos da doença para outros Estados, segundo o Ministério da Saúde. Há mais de cem
registros de rubéola em São
Paulo, Minas Gerais, Ceará e
Rio Grande do Sul. Alguns dos
casos são de pacientes que visitaram o Rio nos últimos meses.
Na cidade de São Paulo, foram 46 registros até o final de
maio, contra 40 no ano passado
todo. Ainda assim, a situação
não é considerada um surto
porque são casos isolados. Em
Minas e no Ceará, há surtos.
Para Ricardo Pio Marins,
coordenador da Vigilância de
Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, há relação
entre o aumento de São Paulo e
de outros Estados com a epidemia do Rio, mas é difícil quantificá-los porque há muitos casos
assintomáticos. "Às vezes, um
pega a doença, não tem sintomas, passa para outro, que também fica assintomático e só um
terceiro vai manifestar os sinais da rubéola", diz Marins.
Outra forma de estabelecer o
vínculo dos casos é pelo subtipo
de vírus. O que causou a epidemia no Rio já foi encontrado
em outros Estados brasileiros.
Já Sônia Gil, coordenadora
do centro de controle de doenças da Secretaria Municipal da
Saúde de São Paulo, acredita
que não é possível comprovar a
relação, pois as vítimas não estiveram na capital fluminense.
A rubéola normalmente é benigna. Pode se tornar grave em
mulheres grávidas, especialmente no primeiro trimestre
da gestação. O bebê pode nascer com SRC (Síndrome da Rubéola Congênita), caracterizada por graves problemas como
cegueira, surdez, alterações
cardíacas e retardo mental.
O Rio fez uma campanha de
vacinação na semana passada,
mas só atingiu metade da meta,
segundo dados preliminares
-a expectativa era vacinar 80%
dos 3 milhões de adultos.
A epidemia carioca teve início em julho de 2006 com a vinda de um vírus da Europa. A cidade tem 1.107 casos confirmados e outros mil suspeitos. No
Ceará, a doença foi detectada
após um homem chegar do Rio.
As mulheres respondem por
um terço dos casos de rubéola
no Rio. Segundo Marins, para
um montante de 2.000 casos de
rubéola, espera-se até cem registros de infecção congênita.
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