São Paulo, sábado, 07 de junho de 2008

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Procurador é preso suspeito de pedofilia

Operação da Polícia Federal em Roraima prendeu ainda um major da PM e mais seis pessoas; governador afastou procurador-geral

Eles são suspeitos de participar de esquema de exploração sexual que envolveria meninas de seis a 14 anos; procurador nega

ANDREZZA TRAJANO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

O procurador-geral de Roraima, Luciano Alves de Queiroz, o major da Polícia Militar Raimundo Gomes e mais seis pessoas foram presas ontem sob suspeita de participação em um esquema de exploração sexual de crianças de seis a 14 anos.
Também foram presos na ação da Polícia Federal três empresários de Boa Vista e um funcionário do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), que seriam clientes do suposto esquema.
O procurador-geral do Estado representa judicialmente o governo estadual e presta serviços de consultoria e assessoria ao Executivo.
Em nota, o governador José de Anchieta Júnior (PSDB) lamentou o episódio disse ter afastado Queiroz do cargo e não ter poderes "para controlar a vida pessoal de assessores".
As investigações da Operação Arcanjo começaram há seis meses, a partir de relatório do Conselho Tutelar de Boa Vista e da prisão de traficantes.
Segundo a PF, a dona-de-casa Lidiane do Nascimento Foo era líder da rede e agenciava crianças com o marido, o tapeceiro Givanildo Castro. O major da PM, que já responde na Justiça por estupro contra três crianças, também é apontado como agenciador.
Representantes da PF e do Ministério Público de Roraima disseram que há provas contra os suspeitos, como escutas telefônicas, fotos e vídeos.
Um dos vídeos mostraria o procurador-geral saindo de um motel com crianças de seis e sete anos. "Luciano Queiroz é um dos principais envolvidos", disse o delegado Ivan Herrero.
Segundo os promotores Luiz Antônio Araújo e José Rocha Neto, envolvidos ligavam para Foo, que fazia o agenciamento. Em troca de dinheiro -os valores não foram informados-, ela aliciava meninas em escolas e até mesmo junto a amigos.
Segundo a Promotoria, os pais das crianças não sabiam dos crimes. As meninas faziam os programas no horário de aula. A exceção, segundo a apuração, era Foo, que agenciava a própria filha, de seis anos.
A investigação já identificou cerca de 20 crianças e adolescentes que teriam sido aliciados. Algumas crianças eram drogadas, diz a Promotoria.
Os suspeitos foram indiciados sob suspeita de estupro, atentado violento ao pudor, formação de quadrilha, corrupção de menores e submissão de menores e adolescentes à prostituição. Além desses crimes, Foo e o marido foram indiciados sob acusação de tráfico.
Os empresários presos são Jackson Ferreira do Nascimento, do ramo de informática, e os irmãos José Queiroz da Silva, do setor de móveis e eletrodomésticos, e Valdivino Queiroz da Silva, do ramo de veículos.
Na casa de Valdivino, a PF encontrou uma menina de dez anos que dormia no local, em quarto separado. Ela disse ser afilhada do empresário.


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