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Procurador é preso suspeito de pedofilia
Operação da Polícia Federal em Roraima prendeu ainda um major da PM e mais seis pessoas; governador afastou procurador-geral
Eles são suspeitos de participar de esquema de exploração sexual que envolveria meninas de seis a 14 anos; procurador nega
ANDREZZA TRAJANO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
O procurador-geral de Roraima, Luciano Alves de Queiroz,
o major da Polícia Militar Raimundo Gomes e mais seis pessoas foram presas ontem sob
suspeita de participação em um
esquema de exploração sexual
de crianças de seis a 14 anos.
Também foram presos na
ação da Polícia Federal três empresários de Boa Vista e um
funcionário do TRE (Tribunal
Regional Eleitoral), que seriam
clientes do suposto esquema.
O procurador-geral do Estado representa judicialmente o
governo estadual e presta serviços de consultoria e assessoria
ao Executivo.
Em nota, o governador José
de Anchieta Júnior (PSDB) lamentou o episódio disse ter
afastado Queiroz do cargo e não
ter poderes "para controlar a
vida pessoal de assessores".
As investigações da Operação
Arcanjo começaram há seis
meses, a partir de relatório do
Conselho Tutelar de Boa Vista
e da prisão de traficantes.
Segundo a PF, a dona-de-casa Lidiane do Nascimento Foo
era líder da rede e agenciava
crianças com o marido, o tapeceiro Givanildo Castro. O major da PM, que já responde na
Justiça por estupro contra três
crianças, também é apontado
como agenciador.
Representantes da PF e do
Ministério Público de Roraima
disseram que há provas contra
os suspeitos, como escutas telefônicas, fotos e vídeos.
Um dos vídeos mostraria o
procurador-geral saindo de um
motel com crianças de seis e sete anos. "Luciano Queiroz é um
dos principais envolvidos", disse o delegado Ivan Herrero.
Segundo os promotores Luiz
Antônio Araújo e José Rocha
Neto, envolvidos ligavam para
Foo, que fazia o agenciamento.
Em troca de dinheiro -os valores não foram informados-,
ela aliciava meninas em escolas
e até mesmo junto a amigos.
Segundo a Promotoria, os
pais das crianças não sabiam
dos crimes. As meninas faziam
os programas no horário de aula. A exceção, segundo a apuração, era Foo, que agenciava a
própria filha, de seis anos.
A investigação já identificou
cerca de 20 crianças e adolescentes que teriam sido aliciados. Algumas crianças eram
drogadas, diz a Promotoria.
Os suspeitos foram indiciados sob suspeita de estupro,
atentado violento ao pudor,
formação de quadrilha, corrupção de menores e submissão de
menores e adolescentes à prostituição. Além desses crimes,
Foo e o marido foram indiciados sob acusação de tráfico.
Os empresários presos são
Jackson Ferreira do Nascimento, do ramo de informática, e os
irmãos José Queiroz da Silva,
do setor de móveis e eletrodomésticos, e Valdivino Queiroz
da Silva, do ramo de veículos.
Na casa de Valdivino, a PF
encontrou uma menina de dez
anos que dormia no local, em
quarto separado. Ela disse ser
afilhada do empresário.
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