São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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Pioneira do feminismo aprova método

DA REPORTAGEM LOCAL

"Você pensa que vou malhar o vídeo da moça, é? Caiu do cavalo, querido. Não vou, não." A carioca (e despachadíssima) Rose Marie Muraro, uma das pioneiras do feminismo no país, ainda não viu "Domestic Move!", mas já gostou.
Escritora e mãe de cinco filhos, ela elogia o método. "A dupla jornada da mulher brasileira continua sendo uma realidade, sobretudo entre os pobres. Na classe média, por outro lado, há o fenômeno da jornada e meia: a mulher divide os afazeres com o companheiro. O vídeo, então, pode servir para as duas pontas do casal."
A surpreendente tolerância de Rose Marie -que, reza a lenda, enxerga machismo até em buquê de flores- merece investigação mais profunda:
- Uma feminista defendendo a aeróbica da vassoura?
- Qual o problema? Não vejo nada de errado em executar tarefas de casa. Fazem bem para a mente e para o corpo.
- A senhora as executa?
- Eu? Nem morta! Varrer, tirar pó, lavar roupa... Não faço porra nenhuma. Nunca fiz. Quando preciso fazer, escrevo um artigo, ganho dinheiro e contrato uma empregada.
- Pratica exercícios físicos?
- O quê? Mal consigo andar! Já tenho 17 ao contrário.
- 71 anos?
- Não bota 71, não. Põe 17 ao contrário. Com minha porra-louquice, não dou a menor pinta de 71.
- Se a senhora não se dedica à ginástica e não cultiva atividades domésticas, por que simpatiza tanto com o vídeo?
- Vou explicar de novo. Porque pode ser útil para os outros, para as minhas filhas, sei lá. Já para mim... Não tenho mais salvação, rapaz!


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