São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2005

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COMPORTAMENTO

Fotos feitas no banheiro do Colégio Santo Inácio, no Rio, foram divulgadas na rede; Promotoria vai investigar

Sexo na internet leva alunos a deixar escola

JOSÉ MESSIAS XAVIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

Um novo caso de sexo entre adolescentes divulgado pela internet será investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Desta vez, estão envolvidos três estudantes do Colégio Santo Inácio, em Botafogo (zona sul), considerado um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro.
O Santo Inácio confirmou ontem que, em acordo com os pais, afastou dois alunos e uma aluna que fotografaram -e divulgaram por e-mail- um dos garotos e a garota fazendo sexo oral dentro de um banheiro da escola.
Segundo a assessoria de imprensa do colégio, o caso ocorreu há 15 dias. Um dos adolescentes foi afastado por ter emprestado o celular, sabendo, de acordo com a escola, do objetivo do colega.
"Trata-se da mesma conduta infracional do caso dos outros três jovens [detidos anteontem], com cenas divulgadas na internet. Não muda nada de um caso para o outro. Indagaremos à escola a razão de o fato não ter sido levado às autoridades policiais nem ao Ministério Público", disse Felipe Cuesta, promotor da 2ª Vara da Infância e da Juventude.
De acordo com a assessoria do Santo Inácio, a direção decidiu suspender os envolvidos por um dia assim que soube das imagens. Em seguida, o colégio convocou uma reunião com os pais.
Apesar de a menina ter sofrido discriminação por parte dos colegas que viram os e-mails, seus pais não procuraram delegacias nem o Ministério Público. Ela era bolsista. A mensalidade no colégio custa por volta de R$ 1.000.
O colégio diz que não ficou claro, na conversa que a direção manteve com a jovem, se ela sabia que estava sendo fotografada.
No caso dos meninos detidos anteontem, a garota que teve suas imagens divulgadas pela internet não sabia que estava sendo filmada.
"Uma investigação por parte do Ministério Público não depende de nenhum registro. É como um crime. Não depende de ninguém dar queixa para que uma autoridade pública passe a investigar", disse o promotor Cuesta.
O Ministério Público do Rio tem 150 inquéritos que apuram crimes através da internet. Desse total, 105 casos são de pornografia infantil, com imagens de jovens mantendo relações sexuais divulgadas em vários sites.


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