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Panfleto atribuído à facção criminosa é entregue para a população em São Paulo
FRANCISCO FIGUEIREDO
DA AGÊNCIA FOLHA
Já está circulando em São
Paulo o panfleto apócrifo intitulado "Gritos dos oprimidos
encarcerados", cuja autoria a
polícia atribui ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Na
noite de ontem, um panfleto foi
entregue a dois repórteres da
Folha dentro do ônibus que faz
a linha Princesa Isabel-Santo
Amaro.
O panfleto foi entregue por
um homem negro, alto e que
vestia um sobretudo preto,
aparentando menos de 30
anos. Ele estava sentado no
banco em frente aos repórteres. "Vocês, que gostam de política, pensem sobre isso", disse
ele ao entregar o panfleto, descendo do ônibus em seguida.
Antes disso, a polícia paulista
já informara que presos acusados de integrar o PCC planejavam distribuir 120 mil panfletos, com críticas ao PSDB, à imprensa e ao Judiciário.
A informação foi dada com
base no depoimento de Valdeci
Costa, 43, o Notebook, um dos
supostos líderes da facção, preso anteontem em Campinas
(SP) com a mulher. Para policiais, ele era contador do PCC.
A carta critica o PSDB, citado
duas vezes nos 13 parágrafos.
"O partido do PSDB, pensando
na sua trilha política, só tem
uma direção: passar por cima
de tudo para alcançar o poder
do governo do Estado de São
Paulo", diz trecho do texto. O
PSDB estadual disse que não
comentaria o texto.
Ao menos quatro contas bancárias que, segundo a investigação, tinham sido abertas para
movimentar recursos do PCC
foram bloqueadas. A polícia
não informou a quantia bloqueada. As contas estavam no
nome da mulher de Costa.
O caso corre sob segredo de
Justiça. Segundo o delegado
seccional de Campinas Marcos
Casseb, Costa era um dos dois
chefes da facção criminosa fora
da cadeia.
Colaborou RACHEL AÑÓN, da Agência Folha
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