São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2011

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Polícia do Rio diz agora que corpo achado é o de Juan

Cadáver localizado há uma semana fora identificado como de menina

Exame de DNA mostrou que se tratava mesmo do menino desaparecido desde 20 de junho; PMs suspeitos são afastados


DIANA BRITO
LUIZA SOUTO

DO RIO

É de Juan de Moraes, 11, o corpo de uma criança achado há uma semana às margens de um rio em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense) e identificado inicialmente pela polícia como o de uma menina.
Juan sumiu no dia 20, após se deparar com policiais militares durante tiroteio numa viela de uma favela da cidade.
O IML ainda não concluiu o laudo que apontará de que forma ele foi morto. Testemunhas afirmaram à polícia que o menino levou um tiro no pescoço. Amanhã será feita uma reconstituição do crime.
O perito legista Abrão Lincoln de Oliveira, presidente da Associação Fluminense de Medicina Legal, disse ter visto o corpo no IML, com fraturas no braço, na coxa e na perna esquerda. "Pareciam ter sido causadas por tiros."
A confirmação da morte de Juan foi anunciada ontem à tarde pela chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha. Inicialmente, a polícia havia informado que o corpo era de uma menina, mas exames de DNA comprovaram que se tratava do menino.
A perita que identificou o corpo como o de uma garota será alvo de sindicância. Para a polícia, ela foi "precipitada" em suas conclusões.
Quando foi encontrado, o corpo de Juan já estava em estado avançado de decomposição por ter ficado exposto à água suja e a animais. Com isso, a identificação visual do sexo não foi possível.
Segundo o diretor do Departamento-Geral de Polícia Técnico Científica, Sérgio Henriques, foi feita então a análise do esqueleto -as características do crânio, da arcada dentária e da bacia são diferentes em homens e mulheres. As distinções, porém, são mais claras em adultos.
Os quatro PMs que participaram da ação na favela foram desligados ontem do Batalhão de Mesquita e transferidos para o quartel central, no centro do Rio.
Eles não estão presos, mas com a transferência deixam de receber uma gratificação de cerca de R$ 400.
O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, disse que, se ficar comprovada a culpa dos policiais, eles serão expulsos da corporação.
Martha Rocha afirmou também que o delegado da 56ª DP foi afastado. A unidade era responsável pelas investigações antes de o caso migrar para a Delegacia de Homicídios.
O deputado Marcelo Freixo (PSOL), da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, disse que o fato de o corpo ter sido achado em uma localidade próxima ao batalhão reforça a tese de envolvimento policial.


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