|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ACIDENTE EM MARESIAS
Co-piloto nadou "cachorrinho"
Dores no braço dificultaram nado do piloto, afirma sobrevivente
DA SUCURSAL DO RIO
O piloto Ronaldo Ribeiro, 47,
mal conseguia nadar após o acidente com o helicóptero do grupo
Pão de Açúcar em Maresias. Ele
sentia fortes dores por causa do
deslocamento de um dos braços.
Ribeiro chegou a se queixar das
dores ao co-piloto Luís Roberto
Cintra, quando ambos estavam
na água tentando chegar à praia
de Maresias. O piloto acabou
morrendo afogado, assim como a
modelo Fernanda Vogel.
O co-piloto, que não quer falar
em público sobre o acidente, já
desabafou com amigos sobre os
momentos mais trágicos da noite
de 27 de julho. Segundo esses
amigos, que conheciam Ribeiro e
pediram para não ser identificados, o piloto havia machucado o
braço tempos antes do acidente.
O deslocamento não chegava a
incomodar na condução do helicóptero, mas se tornou insuportável quando ele foi obrigado a nadar para tentar sobreviver.
Cintra não comentou com esses
amigos se Ribeiro chegou a perder o controle, como declarou o
empresário João Paulo Diniz em
entrevista à revista "Veja".
Muito abalado, o co-piloto evita
falar sobre as causas da queda do
helicóptero. Os amigos também
não pressionam.
O relato do co-piloto torna-se
mais preciso no momento posterior ao acidente, quando ele, Ribeiro, Fernanda e João Paulo já
estavam na água. Chovia muito e
a escuridão era completa.
O co-piloto confirma que foi
mesmo idéia de João Paulo retirar
a roupa para facilitar o nado.
Ele disse que, após o helicóptero
ter afundado, todos começaram a
nadar ao mesmo tempo em direção à praia, mas que, aos poucos,
o grupo foi se dispersando por
causa das altas ondas. Foi nesse
momento que Cintra ouviu Ribeiro reclamar das dores.
Os amigos afirmam que Cintra
se emociona com facilidade ao relembrar o acidente e que não entende como sobreviveu.
Ele era o único que não nadava
bem. Enquanto João Paulo, Fernanda e o próprio Ribeiro tentavam chegar à praia nadando
"crawl" (nado livre), ele resolveu
se virar do único jeito que sabia
-nadando "cachorrinho".
Segundo contou a amigos, ao
nadar "cachorrinho", Cintra ficou com a cabeça fora da água a
maior parte do tempo. A consequência foi um forte torcicolo que
o perseguiu por dias.
Quando já havia perdido o contato com o piloto, Cintra encontrou Fernanda. Ela estava sozinha
e não nadava; estava boiando e falava palavras sem sentido.
Já completamente exausto e
com muito frio, o co-piloto não
conseguiu ajudá-la. A sua próxima lembrança é a de estar chegando à areia da praia, literalmente se arrastando.
Texto Anterior: Exausto, Cintra teve ajuda de estudantes Próximo Texto: Marilene Felinto: Oferta: papelote de droga por bônus do apagão Índice
|