São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2001

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SAÚDE

Novartis propõe um desconto

Serra volta a atacar preço de laboratório

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Saúde, José Serra, disse ontem que o laboratório farmacêutico suíço Novartis tem "uma atuação pouco ortodoxa, pouco suíça" no Brasil. Serra tem feito severas críticas ao laboratório por causa do preço elevado do remédio Glivec, que combate a leucemia mielóide crônica.
"A Novartis quer vender, no Brasil, por US$ 2.400 por pessoa ao mês, que é mais de um salário mínimo por dia", afirmou o ministro ontem no programa "Em Questão", da TV Gazeta.
O ministro já havia acusado a ONG Napacan (Núcleo de Apoio ao Paciente com Câncer) -que quer a comercialização da droga- de fazer lobby para o laboratório, o que a instituição nega.
Serra disse que vai "brigar" contra o valor do medicamento. A comercialização do Glivec no país não foi autorizada.
O ministro disse que, diferentemente do que estaria sendo propagado pela Novartis, o ministério não quer que o Glivec tenha o mesmo preço cobrado nos EUA. "Eles pediram um preço mais alto do que é cobrado nos Estados Unidos. Quero fazer um apelo para a Novartis. Eles podem ter muito lucro vendendo aqui."

Laboratório
O diretor médico e de relações externas da Novartis, Branderley Claudio, disse que o laboratório apresentou, em junho, proposta ao governo brasileiro para baixar o preço do Glivec para US$ 1.700 por paciente ao mês.
Segundo Claudio, a Novartis utiliza "um método comercial globalizado". "Não fazemos nada ilegal. Defendemos o desconto de 21% para o Glivec, mas ainda não tivemos resposta."

ONG
O advogado Ricardo Tosto, que assumiu a causa do Napacan, gratuitamente, disse que o ministro José Serra faz "uma briga política que está atrapalhando o doente". Para ele, o registro da droga deve ser liberado independentemente do preço para facilitar o acesso ao medicamento dos pacientes que podem comprar o remédio.
Tosto promete ajuizar uma ação civil pública com pedido de liminar para liberar a comercialização do produto.
Para o ministro, a ação "é coordenada pela Novartis".



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