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EVENTO FOLHA
Tom Zé participa de debate
Livro de Pasquale traz coletânea de artigos
DA REPORTAGEM LOCAL
A Folha e a editora PubliFolha promoveram no auditório do jornal, em
São Paulo, debate de lançamento
do livro "Inculta e Bela 2", coletânea de artigos escritos pelo professor Pasquale Cipro Neto durante 1999 em sua coluna semanal
na Folha. O evento aconteceu na
semana passada, dia 30.
Participou do debate o músico
Tom Zé, e a mediação foi feita por
Rogério Ortega, coordenador do
Programa de Qualidade da Folha.
Durante o debate, Pasquale falou
do desafio constante que é escrever uma coluna semanal que tenha um mote do cotidiano como
tema. "É uma tarefa árdua. Tento
fazer um trabalho de cronista da
língua, tendo como referência a
norma padrão e fazendo um paralelo com os fatos do dia-a-dia."
Pasquale também fez questão
de lembrar que o nome de seu novo livro faz referência direta a um
trecho do poema "Língua Portuguesa", de Olavo Bilac, escrito em
1914. Nele, o poeta afirma que a
língua portuguesa, a mais jovem
entre as latinas, apesar de pouco
cultivada, é bela.
Tom Zé e Pasquale discutiram
com a platéia temas como: a qualidade de ensino do português em
escolas e universidades, a multiplicidade de variações da língua
portuguesa nas diversas regiões
do país e a questão dos neologismos trazidos pela arte e pela tecnologia.
O músico baiano, em sua exposição, se declarou um apaixonado
pela língua portuguesa. "Essa
nossa língua é bonita como o diabo. Meu relacionamento com ela,
hoje, é como um problema de lógica, quase matemática, para entender toda ela com clareza."
Tanto Pasquale quanto Tom Zé
afirmaram que a coisa mais interessante da língua portuguesa é o
fato de ela ser várias em uma só.
"O que acontece com o português
é que podemos ser poliglotas na
mesma língua", afirmou o professor, ressaltando que a norma culta é importante mas somente uma
das inúmeras variantes que compõem nosso idioma.
Pasquale defendeu mudanças
no ensino do português em escolas e universidades. Para o professor, muitas aulas se resumem a
um uso cego de nomenclaturismos gramaticais. "São aulas que
levam do nada a lugar nenhum."
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