São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2001

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EVENTO FOLHA

Tom Zé participa de debate

Livro de Pasquale traz coletânea de artigos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha e a editora PubliFolha promoveram no auditório do jornal, em São Paulo, debate de lançamento do livro "Inculta e Bela 2", coletânea de artigos escritos pelo professor Pasquale Cipro Neto durante 1999 em sua coluna semanal na Folha. O evento aconteceu na semana passada, dia 30.
Participou do debate o músico Tom Zé, e a mediação foi feita por Rogério Ortega, coordenador do Programa de Qualidade da Folha. Durante o debate, Pasquale falou do desafio constante que é escrever uma coluna semanal que tenha um mote do cotidiano como tema. "É uma tarefa árdua. Tento fazer um trabalho de cronista da língua, tendo como referência a norma padrão e fazendo um paralelo com os fatos do dia-a-dia."
Pasquale também fez questão de lembrar que o nome de seu novo livro faz referência direta a um trecho do poema "Língua Portuguesa", de Olavo Bilac, escrito em 1914. Nele, o poeta afirma que a língua portuguesa, a mais jovem entre as latinas, apesar de pouco cultivada, é bela.
Tom Zé e Pasquale discutiram com a platéia temas como: a qualidade de ensino do português em escolas e universidades, a multiplicidade de variações da língua portuguesa nas diversas regiões do país e a questão dos neologismos trazidos pela arte e pela tecnologia.
O músico baiano, em sua exposição, se declarou um apaixonado pela língua portuguesa. "Essa nossa língua é bonita como o diabo. Meu relacionamento com ela, hoje, é como um problema de lógica, quase matemática, para entender toda ela com clareza."
Tanto Pasquale quanto Tom Zé afirmaram que a coisa mais interessante da língua portuguesa é o fato de ela ser várias em uma só. "O que acontece com o português é que podemos ser poliglotas na mesma língua", afirmou o professor, ressaltando que a norma culta é importante mas somente uma das inúmeras variantes que compõem nosso idioma.
Pasquale defendeu mudanças no ensino do português em escolas e universidades. Para o professor, muitas aulas se resumem a um uso cego de nomenclaturismos gramaticais. "São aulas que levam do nada a lugar nenhum."



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