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São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

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Polícia unifica 3 investigações

DA SUCURSAL DO RIO

Só depois de três mortes na cúpula do sistema penitenciário -Abel Silvério Aguiar, Paulo Roberto Rocha, em 2003, e Sidneya Santos de Jesus, em 2000- o governo do Rio decidiu unificar as investigações sobre os crimes.
Determinou também que haja segurança obrigatória para diretores dos presídios de segurança máxima, feita pela Polícia Civil. Haverá reforço da vigilância do complexo de Bangu e implantação definitiva dos bloqueadores de telefones celulares em Bangu 2, 3 e 4. "A disposição das autoridades é de manter a ordem a qualquer custo e garantir a integridade física dos servidores dirigentes do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário)", afirma a nota da Polícia Civil. O delegado Paulo Passos, chefe de gabinete da chefia de Polícia Civil, comandará as investigações.
Até agora, o inquérito sobre a morte de Rocha estava na 34ª DP, em Bangu, mas ninguém foi ouvido. A morte de Sidneya nunca foi esclarecida.
O secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, disse não acreditar na perda de poder para o crime: "O Estado está se impondo. Estamos recuperando o poder do Estado".
Ele reconheceu, porém, que tem tido dificuldades para substituir diretores de presídios, e lembrou outras mortes de agentes penitenciários e policiais. "As pessoas estão morrendo não é de hoje. Para mim, essas pessoas são tão importantes quanto os diretores", afirmou Santos, que disse receber ameaças diariamente e circula com seguranças. Mesmo sabendo que estava ameaçado, Aguiar não quis andar com segurança, disse Santos. Segundo ele, a recusa decorreu de um traço da cultura do agente penitenciário: o de achar que, porque controla presos, está imune a ameaças.


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