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São Camilo é única particular a ter nota máxima
JULIANA COISSI
EM SÃO PAULO
O curso de tecnologia de radiologia do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, é
exceção no Brasil. Entre 1.074
cursos particulares, foi o único
que obteve nota máxima no
CPC (Conceito Preliminar de
Curso). O perfil maduro dos
alunos e a formação dos docentes foram apontados entre as
razões do resultado.
O curso da São Camilo, criado há 11 anos, é o terceiro mais
antigo de todo o país. Ele forma
tecnólogos para manipularem
não só aparelhos de raio-X, como já fazem os técnicos, mas
também equipamentos avançados como ultra-som e ressonância magnética.
Dos três anos de curso, um é
voltado especificamente para
estágios em hospitais. Os alunos estagiam em quatro hospitais, entre os quais o IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do
Câncer), que mantém parceria
há oito anos com a São Camilo.
A graduação exige 330 horas
de estágio, mais do que o recomendado pelo Ministério da
Educação (200 horas), de acordo com o coordenador do curso
Fernando Martins, 42.
Outro ponto ressaltado é o
perfil dos docentes. Dos 17 professores, sete são doutores e
outros sete, mestres. Quatro
deles também dão aulas na USP
e na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Martins aponta ainda como
vantagens da instituição a infra-estrutura da biblioteca e do
laboratório, além da interação
com o mercado de trabalho
-ao menos uma vez por mês,
algum profissional especializado dá palestra aos alunos.
Idade
A idade dos estudantes também conta a favor. Enquanto
jovens saídos do ensino médio
formam a maioria dos universitários, o curso tem 40% das
pessoas na faixa dos 30 e 40
anos, muitos técnicos. "A maioria tem família e tem objetivos
claros de melhorar o padrão de
vida. O esforço e interesse são
maiores", diz Martins.
A professora Elvira Barbosa
Miranda, 44, concorda. Segundo ela, a maior parte dos alunos
faz duas disciplinas optativas
aos sábados, embora apenas
uma delas seja obrigatória. A
maioria dos estudantes trabalha, disse. Ela destaca ainda que
os professores têm trabalhos
publicados em revistas científicas de universidades públicas
do Brasil e do exterior.
Uma das alunas, Ivanilza
Duarte, 32, comemorou não
apenas a sua formatura, em junho. Quatro dias depois, começaria a trabalhar no hospital
Santa Catarina. Entre os 40
alunos da turma, metade já
conseguiu emprego. "A grade
curricular é boa, os professores
pegam no pé e estão sempre
disponíveis", disse.
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