São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008

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São Camilo é única particular a ter nota máxima

JULIANA COISSI
EM SÃO PAULO

O curso de tecnologia de radiologia do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, é exceção no Brasil. Entre 1.074 cursos particulares, foi o único que obteve nota máxima no CPC (Conceito Preliminar de Curso). O perfil maduro dos alunos e a formação dos docentes foram apontados entre as razões do resultado.
O curso da São Camilo, criado há 11 anos, é o terceiro mais antigo de todo o país. Ele forma tecnólogos para manipularem não só aparelhos de raio-X, como já fazem os técnicos, mas também equipamentos avançados como ultra-som e ressonância magnética.
Dos três anos de curso, um é voltado especificamente para estágios em hospitais. Os alunos estagiam em quatro hospitais, entre os quais o IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer), que mantém parceria há oito anos com a São Camilo.
A graduação exige 330 horas de estágio, mais do que o recomendado pelo Ministério da Educação (200 horas), de acordo com o coordenador do curso Fernando Martins, 42.
Outro ponto ressaltado é o perfil dos docentes. Dos 17 professores, sete são doutores e outros sete, mestres. Quatro deles também dão aulas na USP e na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Martins aponta ainda como vantagens da instituição a infra-estrutura da biblioteca e do laboratório, além da interação com o mercado de trabalho -ao menos uma vez por mês, algum profissional especializado dá palestra aos alunos.

Idade
A idade dos estudantes também conta a favor. Enquanto jovens saídos do ensino médio formam a maioria dos universitários, o curso tem 40% das pessoas na faixa dos 30 e 40 anos, muitos técnicos. "A maioria tem família e tem objetivos claros de melhorar o padrão de vida. O esforço e interesse são maiores", diz Martins.
A professora Elvira Barbosa Miranda, 44, concorda. Segundo ela, a maior parte dos alunos faz duas disciplinas optativas aos sábados, embora apenas uma delas seja obrigatória. A maioria dos estudantes trabalha, disse. Ela destaca ainda que os professores têm trabalhos publicados em revistas científicas de universidades públicas do Brasil e do exterior.
Uma das alunas, Ivanilza Duarte, 32, comemorou não apenas a sua formatura, em junho. Quatro dias depois, começaria a trabalhar no hospital Santa Catarina. Entre os 40 alunos da turma, metade já conseguiu emprego. "A grade curricular é boa, os professores pegam no pé e estão sempre disponíveis", disse.


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