São Paulo, sexta-feira, 07 de agosto de 2009

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Antes de lei vigorar, usuário se despede de cigarro em bar

"Estou aproveitando porque é a última noite", dizia antes da meia-noite agente de turismo que estava no centro

Pouco antes da entrada em vigor da lei antifumo em São Paulo, dono de bar ainda tinha dúvida sobre local permitido para o cigarro


VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nas últimas horas da vigência da proibição ao cigarro em todo o Estado, fumantes aproveitavam os últimos instantes de liberação para tragar até charutos em dois dos mais tradicionais bares da região central de São Paulo. A lei antifumo entrou em vigor no primeiro minuto de hoje. No Bar Brahma, na esquina das avenidas Ipiranga e São João, já era proibido fumar no salão havia um mês, e desde então os fumantes só poderiam ficar num puxadinho que, mesmo na calçada, era coberto. Depois de hoje, nem ali é permitido ficar.
"Estou aproveitando porque é a última noite. Os bares vão sentir muito. Quem sai para jantar consegue ficar sem fumar, mas para quem bebe é difícil segurar", diz a agente de turismo Adriana Borghi, que dava as últimas tragadas de cigarro no Bar Brahma. "Ainda bem que vou sair antes da meia-noite", afirma também a colega de trabalho Mariana Monteiro. Quem estava no bar depois desse horário e quis fumar teve de ir até a calçada, mas, antes, foi obrigado a pagar a conta.
"A partir da meia-noite ninguém mais fuma. Vamos advertir, se o fumante insistir, vamos chamar a polícia", dizia a subgerente Neire Ramos. A poucas quadras dali, no Bar Léo, o cigarro já não era tolerado na área interna, mas os fumantes tragavam livremente seus cigarros e charutos nas mesas altas da calçada, que não tem parede e é aberta para o salão interno. A partir de hoje, ali também não se pode fumar.
"Saí hoje para aproveitar os últimos momentos. Tudo que é repressivo enche", diz a advogada Mônica Segatto, a única fumante na roda de amigos. A poucas horas de a lei entrar em vigor, nem a dona nem o gerente do Bar Léo sabiam ao certo onde podia ou não fumar. "Isso aqui está uma festa hoje. No fundo o brasileiro sempre dá um jeitinho. Aqui não pode, mas ali vai poder", afirma Ricardo Tubino, dono da tabacaria Reis, enquanto puxava um charuto Cohiba de R$ 132 na calçada do Bar Léo, ao lado de dois amigos que "degustavam", "porque charuto não se fuma", cubanos autênticos.
Assista aos vídeos que mostram como denunciar violações à lei antifumo e como foi a primeira madrugada de blitze

www.folha.com.br/0921814

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