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Antes de lei vigorar, usuário se despede de cigarro em bar
"Estou aproveitando porque é a última noite", dizia antes da meia-noite agente de turismo que estava no centro
Pouco antes da entrada em vigor da lei antifumo em São Paulo, dono de bar ainda tinha dúvida sobre local permitido para o cigarro
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas últimas horas da vigência da proibição ao cigarro em
todo o Estado, fumantes aproveitavam os últimos instantes
de liberação para tragar até
charutos em dois dos mais tradicionais bares da região central de São Paulo. A lei antifumo entrou em vigor no primeiro minuto de hoje.
No Bar Brahma, na esquina
das avenidas Ipiranga e São
João, já era proibido fumar no
salão havia um mês, e desde então os fumantes só poderiam ficar num puxadinho que, mesmo na calçada, era coberto. Depois de hoje, nem ali é permitido ficar.
"Estou aproveitando porque
é a última noite. Os bares vão
sentir muito. Quem sai para
jantar consegue ficar sem fumar, mas para quem bebe é difícil segurar", diz a agente de
turismo Adriana Borghi, que
dava as últimas tragadas de cigarro no Bar Brahma.
"Ainda bem que vou sair antes da meia-noite", afirma também a colega de trabalho Mariana Monteiro.
Quem estava no bar depois
desse horário e quis fumar teve
de ir até a calçada, mas, antes,
foi obrigado a pagar a conta.
"A partir da meia-noite ninguém mais fuma. Vamos advertir, se o fumante insistir, vamos
chamar a polícia", dizia a subgerente Neire Ramos.
A poucas quadras dali, no Bar
Léo, o cigarro já não era tolerado na área interna, mas os fumantes tragavam livremente
seus cigarros e charutos nas
mesas altas da calçada, que não
tem parede e é aberta para o salão interno. A partir de hoje, ali
também não se pode fumar.
"Saí hoje para aproveitar os
últimos momentos. Tudo que é
repressivo enche", diz a advogada Mônica Segatto, a única
fumante na roda de amigos.
A poucas horas de a lei entrar
em vigor, nem a dona nem o gerente do Bar Léo sabiam ao certo onde podia ou não fumar.
"Isso aqui está uma festa hoje. No fundo o brasileiro sempre dá um jeitinho. Aqui não
pode, mas ali vai poder", afirma
Ricardo Tubino, dono da tabacaria Reis, enquanto puxava
um charuto Cohiba de R$ 132
na calçada do Bar Léo, ao lado
de dois amigos que "degustavam", "porque charuto não se
fuma", cubanos autênticos.
Assista aos vídeos que
mostram como denunciar
violações à lei antifumo e
como foi a primeira
madrugada de blitze
www.folha.com.br/0921814
www.folha.com.br/0921813
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