São Paulo, sexta-feira, 07 de agosto de 2009

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Paisagem e biquíni inspiram projetos de novo museu no RJ

Sete escritórios disputam obra de R$ 44 mi que será erguida em Copacabana

Escolha deve ser feita na segunda-feira e envolve quatro escritórios de arquitetura brasileiros e outros três internacionais


DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

O Rio de Janeiro deverá conhecer na próxima segunda-feira como será o museu que irá substituir a boate Help, tradicional ponto de prostituição na orla de Copacabana (zona sul).
Nos últimos dois dias, sete escritórios de arquitetura -quatro brasileiros e três internacionais- apresentaram seus projetos para a nova sede do MIS (Museu da Imagem e do Som), que o governo planeja erguer no local em parceria com a Fundação Roberto Marinho, ao custo de R$ 44 milhões.
O vencedor da disputa, que será escolhido por um júri formado por arquitetos e museólogos, além de integrantes dos governos municipal e estadual e da Fundação Roberto Marinho, será conhecido antes até da desapropriação do terreno.
O governo já depositou R$ 13 milhões em juízo, mas os proprietários solicitaram nova avaliação à Justiça.
Alheios à indefinição, os arquitetos convidados para participar do concurso tinham outra preocupação em mente: como integrar o museu a um dos principais cartões postais do Brasil e ainda atender à extensa lista de exigências do edital, como salas de exposição permanentes e temporárias, bar, auditório, restaurante, depósito para acervo e estacionamento.
O museu hoje funciona em duas sedes, na Lapa e na Praça 15 (ambas no centro).
O paulista Isay Weinfeld optou por um prédio simples, mas funcional. "Quis fazer algo integrado à paisagem. A ideia é que as pessoas vejam a vista sempre que forem sair de uma sala para outra. As escadas e rampas de circulação são todas com vista para Copacabana."
Já os cariocas do escritório Bernardes Jacobsen optaram por proporcionar aos visitantes do museu vistas inusitadas do bairro. Inspirados pelas montanhas do Rio e pelos metaesquemas do artista plástico Hélio Oiticica, eles projetaram um prédio vazado, com quatro volumes interligados.
As montanhas também serviram de inspiração para Rodrigo Cerviño Lopez e Fernando Falcon, da Tacoa Arquitetos. Eles optaram por um grande bloco de concreto inclinado, apoiado por só um dos lados.
A inclinação faz com que o topo do prédio também funcione como uma arquibancada. A ideia dos arquitetos é usá-la para acomodar o público em exibições de filmes sobre a parede lateral do prédio vizinho.
Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio, do escritório nova-iorquino Diller Scofidio, usaram o projeto paisagístico de Burle Marx como inspiração.
A intenção deles é que, da calçada de pedras portuguesas projetada pelo paisagista brasileiro, o caminho para o museu se desse de forma natural. "É como se o calçadão subisse até o topo do prédio", diz Diller.
Já o japonês Shigeru Ban disse ter se inspirado nas formas das mulheres de biquíni das muitas fotos que viu de Copacabana ao realizar sua pesquisa para o projeto. Na estrutura principal do prédio, de concreto, colunas lembram o fio dental usado pelas banhistas da praia. Acima, uma estrutura de madeira, vidro e alumínio é a referência às formas arredondadas das brasileiras.
"Quis um museu transparente, para que as pessoas que estão do lado de fora possam ver e façam parte daquilo."
Daniel Libeskind projetou um prédio que, para ele, dialoga com a diversidade do Rio. Visto de fora, a estrutura apresenta diferentes facetas dependendo de onde está o espectador. Já do lado de dentro, as aberturas descortinarão diferentes vistas do bairro.


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