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Paisagem e biquíni inspiram projetos de novo museu no RJ
Sete escritórios disputam obra de R$ 44 mi que será erguida em Copacabana
Escolha deve ser feita na segunda-feira e envolve quatro escritórios de arquitetura brasileiros e outros três internacionais
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
O Rio de Janeiro deverá conhecer na próxima segunda-feira como será o museu que irá
substituir a boate Help, tradicional ponto de prostituição na
orla de Copacabana (zona sul).
Nos últimos dois dias, sete
escritórios de arquitetura
-quatro brasileiros e três internacionais- apresentaram
seus projetos para a nova sede
do MIS (Museu da Imagem e
do Som), que o governo planeja
erguer no local em parceria
com a Fundação Roberto Marinho, ao custo de R$ 44 milhões.
O vencedor da disputa, que
será escolhido por um júri formado por arquitetos e museólogos, além de integrantes dos
governos municipal e estadual
e da Fundação Roberto Marinho, será conhecido antes até
da desapropriação do terreno.
O governo já depositou R$ 13
milhões em juízo, mas os proprietários solicitaram nova
avaliação à Justiça.
Alheios à indefinição, os arquitetos convidados para participar do concurso tinham outra
preocupação em mente: como
integrar o museu a um dos
principais cartões postais do
Brasil e ainda atender à extensa
lista de exigências do edital, como salas de exposição permanentes e temporárias, bar, auditório, restaurante, depósito
para acervo e estacionamento.
O museu hoje funciona em
duas sedes, na Lapa e na Praça
15 (ambas no centro).
O paulista Isay Weinfeld optou por um prédio simples, mas
funcional. "Quis fazer algo integrado à paisagem. A ideia é que
as pessoas vejam a vista sempre
que forem sair de uma sala para
outra. As escadas e rampas de
circulação são todas com vista
para Copacabana."
Já os cariocas do escritório
Bernardes Jacobsen optaram
por proporcionar aos visitantes
do museu vistas inusitadas do
bairro. Inspirados pelas montanhas do Rio e pelos metaesquemas do artista plástico Hélio Oiticica, eles projetaram um
prédio vazado, com quatro volumes interligados.
As montanhas também serviram de inspiração para Rodrigo Cerviño Lopez e Fernando Falcon, da Tacoa Arquitetos. Eles optaram por um grande bloco de concreto inclinado,
apoiado por só um dos lados.
A inclinação faz com que o
topo do prédio também funcione como uma arquibancada. A
ideia dos arquitetos é usá-la para acomodar o público em exibições de filmes sobre a parede
lateral do prédio vizinho.
Elizabeth Diller e Ricardo
Scofidio, do escritório nova-iorquino Diller Scofidio, usaram o projeto paisagístico de
Burle Marx como inspiração.
A intenção deles é que, da
calçada de pedras portuguesas
projetada pelo paisagista brasileiro, o caminho para o museu
se desse de forma natural. "É
como se o calçadão subisse até
o topo do prédio", diz Diller.
Já o japonês Shigeru Ban disse ter se inspirado nas formas
das mulheres de biquíni das
muitas fotos que viu de Copacabana ao realizar sua pesquisa
para o projeto. Na estrutura
principal do prédio, de concreto, colunas lembram o fio dental usado pelas banhistas da
praia. Acima, uma estrutura de
madeira, vidro e alumínio é a
referência às formas arredondadas das brasileiras.
"Quis um museu transparente, para que as pessoas que estão do lado de fora possam ver
e façam parte daquilo."
Daniel Libeskind projetou
um prédio que, para ele, dialoga com a diversidade do Rio.
Visto de fora, a estrutura apresenta diferentes facetas dependendo de onde está o espectador. Já do lado de dentro, as
aberturas descortinarão diferentes vistas do bairro.
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