São Paulo, sexta-feira, 07 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Garota teve febre no Panamá antes de morrer, dizem amigas

Jovem diz que Jacqueline Ruas ficou dormindo em cadeira de rodas por cerca de duas horas

Empresa que organizou a viagem afirmou que a estudante havia dito para uma das guias da excursão que ela estava com tontura


DA REPORTAGEM LOCAL

Colegas de Jacqueline Ruas, 15, a estudante que morreu no último domingo quando voltava da Disney, contaram às suas mães que ela se sentiu mal durante conexão do voo no Panamá. Lá, conforme os relatos, a garota estava com febre e por cerca de duas horas ficou dormindo em uma cadeira de rodas no aeroporto.
Edione Bento Prata e Carla Soares Faria, mães das estudantes Laryssa, 14, e Fernanda, 16, respectivamente, contaram à Folha que Jacqueline aparentava não ter condições de viajar. Ela não queria se alimentar e ingeriu pouco líquido, disseram as mães.
Em um comunicado enviado nesta semana, a empresa que organizou a viagem, Tia Augusta, disse que a garota ficou na cadeira de rodas por uma comodidade, já que havia dito para uma das guias da excursão que ela estava com tontura.
No Panamá, a garota não foi medicada nem atendida por um médico. Quando embarcou de volta, segundo contaram as mães das colegas, seu estado de saúde piorou.
O voo 759 da Copa Airlines partiu do Panamá com destino a Guarulhos (SP) às 20h50 do último sábado. Segundo Edione, a filha dela, Laryssa, percebeu, por volta das 4h de domingo, que a colega Jacqueline tinha parado de respirar.
"Ela colocou a mão na frente da boca da Jacqueline e percebeu que não respirava mais. Colocou a mão no coração e viu que ela estava gelada e com a língua um pouco para fora da boca. Ela se assustou e gritou pela guia", contou Edione.
Após a guia ir até o local, os comissários da companhia aérea pediram a ajuda dos passageiros. Dois deles, que se identificaram como médicos, tentaram reanimar a garota no corredor do avião. Sem sucesso.
"Quando o avião chegou pediram para os passageiros esperarem para desembarcar. Duas pessoas tiraram o corpinho da Jacqueline embrulhado, acho que em cobertas, não tenho certeza. Só depois o pessoal todo saiu", contou Edione.
"Fiquei assustada. Vi muita gente saindo chorando. Quando vi minha filha, ela estava atordoada. Eu a abracei e ela me disse que a amiga dela tinha morrido", relatou Carla, mãe de Fernanda, que também passou mal durante a excursão.
Edione e Carla registraram um boletim de ocorrência na delegacia do Guarujá, onde moram, no qual dizem que a empresa foi omissa no atendimento aos clientes.
A Polícia Federal, que investiga a morte, não se manifestou sobre o assunto ontem.
A missa de sétimo dia de Jacqueline deve ser realizada amanhã, às 16h, na paróquia São João Batista, em São Caetano do Sul. Procurados ontem, os familiares da garota não quiseram conceder entrevistas. (AFONSO BENITES)


Texto Anterior: Audiência pública em São Paulo abrirá debate da CPI da Gorjeta
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.