|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Garota teve febre no Panamá antes de morrer, dizem amigas
Jovem diz que Jacqueline Ruas ficou dormindo em cadeira de rodas por cerca de duas horas
Empresa que organizou a
viagem afirmou que a
estudante havia dito para
uma das guias da excursão
que ela estava com tontura
DA REPORTAGEM LOCAL
Colegas de Jacqueline Ruas,
15, a estudante que morreu no
último domingo quando voltava da Disney, contaram às suas
mães que ela se sentiu mal durante conexão do voo no Panamá. Lá, conforme os relatos, a
garota estava com febre e por
cerca de duas horas ficou dormindo em uma cadeira de rodas no aeroporto.
Edione Bento Prata e Carla
Soares Faria, mães das estudantes Laryssa, 14, e Fernanda,
16, respectivamente, contaram
à Folha que Jacqueline aparentava não ter condições de
viajar. Ela não queria se alimentar e ingeriu pouco líquido,
disseram as mães.
Em um comunicado enviado
nesta semana, a empresa que
organizou a viagem, Tia Augusta, disse que a garota ficou na
cadeira de rodas por uma comodidade, já que havia dito para uma das guias da excursão
que ela estava com tontura.
No Panamá, a garota não foi
medicada nem atendida por
um médico. Quando embarcou
de volta, segundo contaram as
mães das colegas, seu estado de
saúde piorou.
O voo 759 da Copa Airlines
partiu do Panamá com destino
a Guarulhos (SP) às 20h50 do
último sábado. Segundo Edione, a filha dela, Laryssa, percebeu, por volta das 4h de domingo, que a colega Jacqueline tinha parado de respirar.
"Ela colocou a mão na frente
da boca da Jacqueline e percebeu que não respirava mais.
Colocou a mão no coração e viu
que ela estava gelada e com a
língua um pouco para fora da
boca. Ela se assustou e gritou
pela guia", contou Edione.
Após a guia ir até o local, os
comissários da companhia aérea pediram a ajuda dos passageiros. Dois deles, que se identificaram como médicos, tentaram reanimar a garota no corredor do avião. Sem sucesso.
"Quando o avião chegou pediram para os passageiros esperarem para desembarcar.
Duas pessoas tiraram o corpinho da Jacqueline embrulhado, acho que em cobertas, não
tenho certeza. Só depois o pessoal todo saiu", contou Edione.
"Fiquei assustada. Vi muita
gente saindo chorando. Quando vi minha filha, ela estava
atordoada. Eu a abracei e ela
me disse que a amiga dela tinha
morrido", relatou Carla, mãe
de Fernanda, que também passou mal durante a excursão.
Edione e Carla registraram
um boletim de ocorrência na
delegacia do Guarujá, onde
moram, no qual dizem que a
empresa foi omissa no atendimento aos clientes.
A Polícia Federal, que investiga a morte, não se manifestou
sobre o assunto ontem.
A missa de sétimo dia de Jacqueline deve ser realizada amanhã, às 16h, na paróquia São
João Batista, em São Caetano
do Sul. Procurados ontem, os
familiares da garota não quiseram conceder entrevistas.
(AFONSO BENITES)
Texto Anterior: Audiência pública em São Paulo abrirá debate da CPI da Gorjeta Próximo Texto: Frase Índice
|