São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2011

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Para evitar desvalorização, condomínios paulistanos "somem" com 1º andar

Numeração dos edifícios passou a começar no 2º ou até no 3º andar; arquiteto afirma que mudança ocorre porque pé direito está mais alto

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

O arquiteto Ricardo Luíz Silva, 30, vai se mudar e tenta alugar o imóvel da rua Maria Antônia. Encontra resistência de interessados, pois está no primeiro andar. "Ninguém questiona o segundo andar. Há o estigma de quem mora no primeiro andar."
Os últimos empreendimentos imobiliários de classe média e alta lançados em São Paulo acharam uma solução: sumiram com o primeiro andar e seus prédios agora começam do segundo e até do terceiro andar.
A Folha identificou ao menos seis casos. A "mágica" é aumentar o pé direito dos halls, no térreo, ou acrescentar estacionamento e mordomias no mezanino do prédio.
"Faz parte do processo de encantamento do cliente: olha, este já é o segundo andar", diz o arquiteto Ivan Cassola, sócio da C+H Arquitetura. "É mera jogada de marketing para não vender como primeiro andar."
Além do barulho, problemas como falta de vista da cidade fazem com que o primeiro andar demore mais a ser vendido e custe cerca de 10% a menos que o último andar de um prédio.
Para o arquiteto Itamar Berezin, a mudança é consequência da maior exigência por térreos com pé direito mais alto. "Aí pegam carona nisso. O pessoal tem preconceito com o primeiro andar."


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