ANDRÉA DE LIMA
da Agência Folha

Doze pessoas morreram e 36 ficaram feridas -cinco em estado grave- em um atropelamento ontem de madrugada no município de Itapororoca (PB). O acidente, envolvendo dois ônibus, ocorreu às 4h40 na rodovia PB-057, que liga Itapororoca a Mamanguape (a 70 km de João Pessoa).
O Corpo de Bombeiros informou que os dois ônibus da Prefeitura de Araçagi transportavam pacientes da rede pública de saúde para tratamento no hospital Upam de Jaguaribe, na capital.
Segundo a Polícia Civil, um dos ônibus, com placa de Recife (PE), com 50 passageiros, quebrou na ladeira conhecida como Ipioca, a oito quilômetros de Itapororoca.
Segundo a polícia, como não havia acostamento, o motorista Ivan Paulino estacionou o veículo na própria pista e os passageiros desceram. O segundo ônibus da Prefeitura de Araçagi, estava com os pneus carecas e, provavelmente, sem freios.
"O motorista Djalma Nogueira não teve condições de parar o veículo e atropelou os passageiros que pediam socorro no meio da pista. As 12 vítimas morreram no local. O ônibus capotou em seguida, indo parar no meio do mato", disse o delegado de Itapororoca, Erilson Cláudio Rodrigues, 27.
"Nenhum deles tinha condições de segurança para o transporte dos pacientes. O ônibus que causou o atropelamento transportava 70 passageiros, quando a capacidade máxima era 40. Trinta deles viajavam em pé, o que é ilegal."
Segundo o delegado, foi aberto inquérito para apurar as causas do acidente. "Vamos verificar a culpabilidade e o possível indiciamento dos motoristas, que estão foragidos", declarou.
O soldado Paulo César Bezerra, 28, do Policiamento de Trânsito de Araçagi, afirmou que fez a ocorrência no local do acidente. "Não havia nenhum tipo de sinalização ou iluminação na estrada", disse.
O delegado Rodrigues afirmou ainda que, logo após o acidente, 21 feridos foram levados para hospitais de João Pessoa -cinco deles permanecem internados no CTI (Centro de Tratamento Intensivo- e 15 para Guarabira.
Os peritos do IML de Guarabira afirmaram que os 12 corpos -todos de mulheres, entre 6 e 60 anos- foram necropsiados ontem, reconhecidos pelos familiares e liberados para velório.
De acordo com o delegado, os feridos no acidente também vão passar por exame de corpo de delito e prestar depoimento à polícia.
A Agência Folha não conseguiu falar com a prefeitura ontem. Uma mensagem gravada informava que o telefone estava programado para não receber ligações.



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