|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Corregedoria quer ampliar poderes
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Além da responsabilidade pela
investigação dos crimes praticados por PMs, policiais civis e
bombeiros, a Corregedoria Geral
Unificada da Secretaria da Segurança Pública do Estado do Rio
reivindica do governo autorização para apurar as irregularidades
cometidas por agentes do Desipe
(Departamento do Sistema Penitenciário) e do Degase (Departamento de Ações Sócio Educativas), que cuidam da segurança de
presídios e abrigos para menores.
O Gabinete Civil do governo está analisando o projeto de lei
apresentado pelo corregedor-geral Aldney Peixoto que inclui o
Desipe e o Degase nas atribuições
da Corregedoria. Segundo Peixoto, o projeto prevê ainda a desvinculação da Corregedoria da Secretaria da Segurança e sua incorporação ao Gabinete Civil.
"Os agentes penitenciários têm
que ser tratados como polícia até
porque sua atividade é de polícia", disse o corregedor, que
anunciou no mês passado que
PMs podem estar protegendo o
traficante Elias Maluco, considerado o principal responsável pela
morte do jornalista Tim Lopes, da
TV Globo.
A proposta surge num momento em que agentes penitenciários
são investigados pelas supostas
práticas de corrupção e favorecimento a presos, principalmente
no presídio de segurança máxima
Bangu 1, considerado pelo secretário da Segurança, Roberto
Aguiar, o "escritório central do
crime organizado no Rio".
Nem o Desipe nem o Degase
têm corregedorias. Os delitos cometidos pelos agentes são apurados pela Divisão de Correição Interna, que abre sindicâncias e
aplica punições administrativas.
Os casos mais graves são encaminhados para a polícia. Segundo
o Desipe, neste ano já foram abertos 63 inquéritos contra agentes e
cerca de 400 sindicâncias estão
em andamento.
O secretário estadual de Justiça,
Paulo Saboya, disse que a sugestão do corregedor faz parte de
"um processo natural" de unificação entre as pastas de Justiça e da
Segurança. Mas pediu cautela. "É
preciso haver uma maior discussão entre as partes."
No Degase, a assessoria jurídica
averigua as irregularidades cometidas por funcionários. O diretor
do órgão, Sidney Telles, disse ser
favorável que a Corregedoria Geral Unificada os investigue. "Existe um certo corporativismo nas
sindicâncias. Uma fiscalização externa poderia acabar com isso."
A Corregedoria Geral Unificada
foi criada no governo de Anthony
Garotinho (PSB), antecessor da
governadora Benedita da Silva
(PT). O órgão investiga delitos
mais graves de policiais e bombeiros, como envolvimento em grupos de extermínio e corrupção.
Texto Anterior: Rio: Beira-Mar é vigiado por 200 homens Próximo Texto: Guarulhos: Secretaria faz perfil de ação de criminoso Índice
|