DA SUCURSAL DO RIO

Thibaut Guilluy, um dos fundadores da Sport Sans Frontières, admitiu, em entrevista por telefone à Folha, de Paris, na quarta, que a ONG errou ao não retirar o projeto Meninos do Boxe de seu site assim que terminou a parceria, em maio de 2001. Alegou falta de equipe e de conhecimento para fazê-lo, mas disse que as imagens sairiam do ar imediatamente, o que ocorreu anteontem.
Apesar de as imagens terem continuado a ser veiculadas por um ano e três meses depois do fim do contrato, Thibaut afirmou que nenhuma outra doação para a escola foi recebida a partir de 2001.
A Sport Sans Frontières também reconheceu o atraso no repasse da primeira doação, da Peugeot, à Nobre Arte e disse que isso se deveu à inexperiência da organização.
Thibaut informou que, quando seu irmão, Alexandre Guilluy, veio ao Brasil a procura de projetos para firmar parcerias, a ONG tinha acabado de ser fundada (1999). "Éramos todos jovens e inexperientes e acabamos nos atrapalhando com os negócios. Não foi por má-fé."
Segundo ele, a entidade francesa errou ao não firmar um contrato formal, com normas e procedimentos a serem cumpridos por ambos os lados.
"As coisas foram feitas do jeito brasileiro, e não do jeito francês", argumentou. Segundo Thibaut, o modo como a ONG deveria proceder em relação às doações para a escola não ficou claro. Ele acrescentou que as doações do governo da França e da Cible Préparation foram devolvidas.
A Folha procurou por telefone o ministério francês e a ONG para confirmar a devolução. Até a conclusão desta edição, não havia respostas.


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