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São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2003

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CONVIVÊNCIA PERIGOSA

Pesquisadores encontraram 9 menores responsáveis por estabelecimentos que vendem bebidas

J., 15, serve cachaça no bar da família

DA REPORTAGEM LOCAL

Durante as manhãs, a estudante J., 15, cursa o 1º ano do ensino médio em uma escola pública do bairro Bedel, periferia de Paulínia. À tarde, sozinha, serve cerveja e cachaça a caminhoneiros no bar da família, localizado perto de uma indústria.
Assim como J., os pesquisadores encontraram outros oito menores de 18 anos responsáveis por bares em Paulínia. Dois deles tinham 13 anos e um, 12.
Segundo o pesquisador Marcos Romano, em geral os adolescentes são filhos dos proprietários. É o caso de J. A mãe, divorciada, tem outros dois filhos menores, e, durante a tarde, trabalha como faxineira.
J. diz que não consome bebidas alcoólicas. "Já provei, mas não gostei", afirma a garota.
Muitos bares da periferia de Paulínia parecem ser extensão da casa do proprietário. Em um dos locais visitados pela Folha, no bairro Morro Alto, a neta da proprietária, de 7 anos, fazia a lição de casa no balcão frigorífico.
Às vezes, a extensão é literal. No bairro São José, vários bares foram montados na garagem da casa do proprietário e, em alguns, a janela do quarto serve como apoio para as garrafas de bebidas. A mesma "informalidade" é verificada nas doses de cachaça servidas ao cliente: o volume varia entre 36 ml e 160 ml, segundo a pesquisa realizada nos bares. A dose padrão é de 50 ml.


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