São Paulo, segunda, 7 de setembro de 1998

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Festa é quase uma ilusão

do Conselho Editorial

As estatísticas da educação brasileira mostram que a comemoração do 7 de Setembro, Dia da Independência, se aproxima da ilusão. Uma nação só é, de fato, independente quando seus cidadãos são independentes.
Apenas a educação consegue dar aos indivíduos autonomia, capacidade de dirigir suas vidas, guiando-se pelo direito de optar. A leitura das estatísticas educacionais revela, evidentemente, avanços como a universalização da matrícula no ensino fundamental, programas de valorização do professor, currículos mais orientados pelo cotidiano.
Programas como TV Escola, apesar da precariedade de sua aplicação, são indicação de que os avanços eletrônicos podem reduzir as distâncias e ganhar tempo. Mas o quadro é, sob quase todos os aspectos, lastimável, incompatível com a nona economia do mundo.
Mesmo a maioria dos que conseguem acabar o 2º grau numa escola pública sabe muito pouco. Nem 30% do que deveriam saber de química, português, física ou matemática.
Os laboratórios de ciências são precários, incapazes de encantar os alunos no prazer da experimentação. Informática é artigo de luxo. Poucos são os brasileiros que, hoje, ao fazerem o percurso público ganharam independência para lidar e prosperar com os códigos da era da informação.
A novidade positiva -além do fato de que pela primeira vez educação virou assunto corrente- é que mais e mais grupos empresariais vêm, em todo o país, fazendo parcerias com escolas públicas para influenciar os governos com centros de excelência. (GD)



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