São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2006

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VÔO 1907/VÍTIMAS

Peritos já identificaram 29 corpos de vítimas da queda

Militares conseguiram completar a remoção de pouco mais da metade dos mortos

Líder indígena Megaron Txucarramãe afirmou que o combustível do Boeing vazou em um córrego que desemboca no rio Xingu

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A NOVO PROGRESSO (PA)

Vinte e nove vítimas do acidente com o avião da Gol já haviam sido identificadas até ontem por peritos do Instituto de Identificação da Polícia Civil e do IML (Instituto Médico Legal). Apenas um, o antropólogo alemão Andreas Friederich Kowalski, 42, foi identificado pela arcada dentária. O restante foi reconhecido por meio de impressões digitais.
Até o fechamento desta edição, 38 corpos haviam passado pelo IML. Desses, nove foram identificados quinta, e 20, ontem. Os primeiros nove foram liberados para o sepultamento.
"O trabalho aqui está sendo feito de forma muito rápida", disse o diretor do IML, José Flávio Souza Bezerra. Dos nove corpos que os peritos ainda precisam identificar, dois são de crianças de um a três anos.
Foram solicitados exames de DNA para identificá-los. Ontem, em Brasília, foram realizados os enterros de três das vítimas do acidente. O bancário Francisco das Chagas Loiola, 44, foi enterrado no cemitério Campo da Esperança.
Na mesma tarde, também foram sepultados os restos mortais do publicitário Mario Leite Lleras, 25, e do analista de finanças do Tesouro Nacional José Inácio Trindade.
Remoção
Uma semana após a tragédia, militares conseguiram ontem completar a remoção de pouco mais da metade das 154 vítimas do vôo 1907 da Gol. À tarde, numa homenagem, um helicóptero da FAB (Força Aérea Brasileira) sobrevoou o local da queda e lançou rosas. Dos 90 corpos retirados da mata, 38 foram transportados a Brasília. Outros 52 sacos com restos mortais (que podem ser de 52 vítimas) permanecem sob a análise de peritos da Polícia Civil que atuam em uma base montada numa fazenda próxima ao local do acidente. Ontem, por conta de uma infestação de piolhos oriundos de animais silvestres, militares que estão atuando na região tiveram de raspar o cabelo.
Querosene
O líder indígena Megaron Txucarramãe, administrador da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Colíder (MT), avisou às autoridades encarregadas das investigações que o combustível do Boeing vazou em um córrego que desemboca no rio Xingu, um dos principais da região. Ele solicitou à Funai o envio de uma equipe de ambientalistas para avaliar os danos ambientais.


Colaboraram LEONARDO SOUZA e IURI DANTAS


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