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VÔO 1907/FAMÍLIAS
Parentes decidem que irão pedir indenização nos EUA
Advogados norte-americanos contratados chegarão ao Brasil na terça-feira
Escritório já representou familiares em 33 casos de acidentes aéreos; no Brasil, trabalham em parceria com advogado do Rio de Janeiro
SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
Famílias das vítimas brasileiras do Vôo 1907 da Gol contrataram um escritório de advogados de San Francisco, na Califórnia, especializado em pedidos de indenização por acidentes aéreos. Eles vão abrir uma
ação civil nos Estados Unidos
pedindo compensação financeira pela perda da vida de seus
parentes no acidente. Robert
Lieff, proprietário da firma,
confirmou à Folha a contratação, mas não quis precisar o
número exato de familiares,
que "passaria de uma dezena".
O próprio Lieff e sua sócia,
Lexi Hazam, chegam ao Brasil
na terça-feira para se encontrar com seus clientes. Levam
consigo um especialista e avisam que realizarão sua própria
investigação para ajudar a determinar culpabilidades. Se a
Justiça brasileira concluir que
os dois pilotos cometeram alguma falha, eles pretendem
processar seu empregador, a
ExcelAire. Quem pagaria a indenização seria a seguradora
da empresa norte-americana.
A Lieff Cabraser Heimann &
Bernstein ou seus advogados já
representaram familiares em
33 casos de acidentes aéreos, o
primeiro em 1987 (queda do
MD82 da Northwest Airlines
no aeroporto de Detroit), o
mais recente em 2006 (queda
do Bombardier CRJ-100 da
Comair, subsidiária da Delta,
em Lexington, no Kentucky).
No Brasil, trabalham em parceria com o advogado Leonardo
Amarante, do Rio.
Juntos, os dois escritórios já
representam mais de 500 hemofílicos brasileiros infectados
com o HIV ou seus parentes,
que processam companhias
norte-americanas que fabricaram produtos sangüíneos Factor VIII (ou "AHF") e Factor
IX que seriam supostamente
contaminados. Na sexta-feira,
o escritório colocou no ar um
site em português que busca
esclarecer as dúvidas quanto a
casos de aviação civil.
Se a hipótese de falha técnica
for comprovada, eles podem
acionar desde a Embraer, se o
defeito foi no Legacy, até a ExcelAire, que comprou a aeronave e a registrou nos EUA, passando pelo fabricante do aparelho conhecido como TCAS, que
no caso do Legacy teria sido
feito pela Honeywell, baseada
em Nova Jersey, e a própria
Boeing, de Seattle, no Estado
de Washington, se o problema
tiver sido no 737/800. "Não
descartamos nenhuma possibilidade", disse à Folha Lieff.
Mas o cenário mais forte
com que trabalham é a de que a
falha humana por parte dos
dois pilotos norte-americanos
seja confirmada. Para tanto, já
levantaram detalhes sobre o faturamento da ExcelAire.
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