São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2006

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POLÍCIA

Suspeito de furtar obras da Mário de Andrade desaparece

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil não conseguiu encontrar ontem o bibliotecário Ricardo Pereira Machado, o principal suspeito de ter furtado obras raras da Biblioteca Mário de Andrade e de outros arquivos brasileiros. Não havia ninguém no endereço em São Bernardo do Campo que o bibliotecário forneceu para a casa de leilões Babel Livros. A polícia tentava cumprir um mandado judicial de busca e apreensão no local.
O fracasso da operação sugere que ele possa ter fugido.
Machado foi apontado como dono de uma gravura de Oswaldo Goeldi que havia sido furtada da Mário de Andrade. A gravura estava na casa de ex-cunhado do restaurador da biblioteca, preso em flagrante com obras raras. Entre elas, havia um manuscrito de 1791 de Dona Maria I (1734-1816), conhecida como a "rainha louca", furtado do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
Foi o bibliotecário que colocou à venda na Babel Livros a segunda edição de "O Guarani", de José de Alencar, de 1863. A obra foi vendida por R$ 5.760. O colecionador que comprou a edição devolveu-a à biblioteca.
O delegado Fernando Pires trabalha com a hipótese de que Machado possa ter sido o autor do furto à Mário de Andrade, descoberto no início de setembro. Foram levadas gravuras de Rugendas, Debret e um livro de orações de 1501.
O bibliotecário tinha um método simples para furtar: contava com a ajuda de funcionário do arquivo. Uma prisão efetuada na última quarta-feira revelou o método de Machado. O preso, Erivaldo Tadeu dos Santos Nunes, é ex-cunhado de José Camilo dos Santos, restaurador da biblioteca há 25 anos. Ele estava com a gravura de Goeldi e livros do século 19.
(MARIO CESAR CARVALHO)


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