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8 policiais acusados de extorquir grupo de Abadía são afastados
Eles são suspeitos de terem participado de crimes de seqüestro e extorsão contra o megatraficante colombiano
Os policiais serão colocados em funções administrativas para garantir a isenção do processo de investigação
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria de Segurança
decidiu afastar ontem oito policiais que são investigados sob a
suspeita de terem participado
de extorsões contra o megatraficante Juan Carlos Abadía.
O caso das supostas extorsões foi revelado pela Folha em
agosto, logo após a prisão do
narcotraficante.
Na ultima quinta-feira, a Folha revelou que Abadía relatou
em depoimento ao Ministério
Público ter sido vítima de cinco
extorsões praticadas pela Polícia Civil de São Paulo. Pelo menos três setores da polícia teriam participado: o Denarc
(Departamento de Investigação Sobre Narcóticos), o Detran (polícia de trânsito) e a delegacia fazendária.
Sete afastados eram do Denarc no ano passado quando teriam ocorrido as supostas extorsões. São eles os delegados Pedro Luís Pórrio, Irany Guedes Barros, Roberto Cônsul e os
policiais Hélio Basílio dos Santos, André Kobayashi Ramos,
Francisco Carlos Vintecinquo e
Ricardo Morelli. O oitavo afastado é o agente Severino Amâncio da Silva que trabalha na 1ª
Delegacia de Crimes de Trânsito do Detran.
Os policiais serão colocados
em funções administrativas. O
afastamento não é uma punição, visa apenas garantir a isenção do processo.
A Folha apurou que a ordem
de afastamento partiu do governador José Serra (PSDB).
Dois integrantes da quadrilha de Abadía, o empresário
Daniel Maróstica e o piloto de
aviões André Luiz Telles Barcellos, contaram ao Gaeco
(grupo do Ministério Público
que investiga o crime organizado) que três pessoas da quadrilha foram seqüestradas pelo
Denarc e só libertadas após pagamento de resgate.
Barcellos disse ao Gaeco que
foi levado ao departamento e
torturado. Maróstica afirmou
que sua mulher também foi seqüestrada e só saiu mediante o
pagamento de US$ 800 mil. No
terceiro caso, a vítima seria o
venezuelano Enry Edval Lago.
Abadía diz ter pago US$ 280
mil para resgatá-lo.
O advogado de Pórrio, Daniel
Bialski, diz que seu cliente
nunca participou de seqüestros
nem de extorsões. A Folha
procurou os outros sete investigados, mas não conseguiu falar com eles.
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