São Paulo, domingo, 07 de outubro de 2007

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8 policiais acusados de extorquir grupo de Abadía são afastados

Eles são suspeitos de terem participado de crimes de seqüestro e extorsão contra o megatraficante colombiano

Os policiais serão colocados em funções administrativas para garantir a isenção do processo de investigação

MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria de Segurança decidiu afastar ontem oito policiais que são investigados sob a suspeita de terem participado de extorsões contra o megatraficante Juan Carlos Abadía.
O caso das supostas extorsões foi revelado pela Folha em agosto, logo após a prisão do narcotraficante.
Na ultima quinta-feira, a Folha revelou que Abadía relatou em depoimento ao Ministério Público ter sido vítima de cinco extorsões praticadas pela Polícia Civil de São Paulo. Pelo menos três setores da polícia teriam participado: o Denarc (Departamento de Investigação Sobre Narcóticos), o Detran (polícia de trânsito) e a delegacia fazendária.
Sete afastados eram do Denarc no ano passado quando teriam ocorrido as supostas extorsões. São eles os delegados Pedro Luís Pórrio, Irany Guedes Barros, Roberto Cônsul e os policiais Hélio Basílio dos Santos, André Kobayashi Ramos, Francisco Carlos Vintecinquo e Ricardo Morelli. O oitavo afastado é o agente Severino Amâncio da Silva que trabalha na 1ª Delegacia de Crimes de Trânsito do Detran.
Os policiais serão colocados em funções administrativas. O afastamento não é uma punição, visa apenas garantir a isenção do processo.
A Folha apurou que a ordem de afastamento partiu do governador José Serra (PSDB).
Dois integrantes da quadrilha de Abadía, o empresário Daniel Maróstica e o piloto de aviões André Luiz Telles Barcellos, contaram ao Gaeco (grupo do Ministério Público que investiga o crime organizado) que três pessoas da quadrilha foram seqüestradas pelo Denarc e só libertadas após pagamento de resgate.
Barcellos disse ao Gaeco que foi levado ao departamento e torturado. Maróstica afirmou que sua mulher também foi seqüestrada e só saiu mediante o pagamento de US$ 800 mil. No terceiro caso, a vítima seria o venezuelano Enry Edval Lago. Abadía diz ter pago US$ 280 mil para resgatá-lo.
O advogado de Pórrio, Daniel Bialski, diz que seu cliente nunca participou de seqüestros nem de extorsões. A Folha procurou os outros sete investigados, mas não conseguiu falar com eles.


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