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Obra do metrô danifica e até afunda casas no Butantã
Ao menos 20 imóveis foram interditados e outros 280 sofreram algum tipo de dano
Segundo os moradores, situação se agravou a partir de setembro, após consórcio iniciar serviços de reparação em um dos túneis da obra
TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
Casas com o piso afundando,
com paredes rachadas e até escoradas com pedaços de ferro
para não cair. Essa é a situação
de pelo menos 20 casas que foram interditadas e de outras
280 que sofreram algum tipo de
dano por conta das obras da futura estação Butantã do metrô,
na zona oeste de São Paulo.
Os estragos provocados pela
obra, que começaram a aparecer em maio de 2007, estão se
ampliando desde setembro último, segundo os moradores,
depois que o Consórcio Via
Amarela, responsável pela
obra, iniciou serviços de reparação em um dos túneis da futura estação do metrô.
O reparo teve que ser feito
em 40 metros do túnel, em área
próxima à rua Sapetuba. Com
isso, casas localizadas entre as
ruas Alvarenga e Martins, onde
não havia relatos de problemas
graves, passaram a apresentar
rachaduras, infiltrações, rompimento de canos e comprometimento da estrutura, causando
a interdição dos imóveis.
A Folha visitou ontem o local e observou que, em um
quarteirão da rua Alvarenga,
entre as ruas Esperanto e Martins, todas as casas tinham algum tipo de dano. Três delas tinham o piso rebaixado, sendo
que uma inclinou para o lado
esquerdo e apresenta uma diferença de 20 centímetros entre
as extremidades.
Moradores afirmam que todas as reformas necessárias
nos imóveis estão sendo feitas
pelo consórcio, mas que as
obras definitivas só poderão
ser feitas depois que as escavações do túnel do metrô terminarem. Com o fim das obras, o
lençol freático que passa embaixo dos imóveis deverá se
acomodar. Mas isso, ainda segundo os moradores, pode demorar até dois anos.
Até agora, porém, não há nenhum documento garantindo
que o consórcio realizará os reparos nas casas afetadas.
Rachaduras voltam
De maio até setembro do ano
passado, sete casas já haviam
sido interditadas por conta de
problemas provocados pela
obra. Seus ocupantes tiveram
de ir para imóveis alugados ou
hotéis, pagos pelo Consórcio
Via Amarela, também segundo
os moradores.
Também nessa época, várias
casas começaram a apresentar
algum tipo de avaria. Os imóveis, segundo os moradores, foram reparados pelo consórcio,
mas as rachaduras voltaram.
O Consórcio Via Amarela
-formado por Odebrecht,
OAS, Queiroz Galvão, Camargo
Corrêa, Andrade Gutierrez e
Alstom-, responsável pela
obra, não se manifestou oficialmente ontem.
Entretanto, o engenheiro
Jorge Takahashi, especialista
em túneis e consultor do consórcio, que vistoriou o local no
primeiro semestre, afirma que
a região está sendo monitorada
continuamente pelo Via Amarela e que o risco de desabamento das casas é "quase zero".
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