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Empresária fecha acordo para reduzir Calçada da Fama
Na negociação com os moradores, ela concordou que metade da calçada tenha a largura reduzida em 1,20 m
Se o acordo for aprovado pelo Ministério Público e pela Justiça, processo judicial que contesta o projeto será extinto
CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Depois de recorrer à Justiça, protestar, criar uma associação de bairro e acusar de
agressão a dona da Rede Biroska, moradores de Santa
Cecília (região central de São
Paulo) assinaram um acordo
com a idealizadora da Calçada da Fama.
O acordo está em análise
no Conselho Superior do Ministério Público. Depois, se
for homologado pelo Judiciário, o processo será extinto.
A calçada ocupa um quarteirão da rua Canuto do Val,
em Santa Cecília, onde estão
cinco bares da Biroska, da
empresária Lilian Gonçalves.
O projeto, inspirado na
Calçada da Fama de Hollywood, previa o alargamento
do passeio em dois metros, a
colocação de luzes "diferenciadas" e estrelas em homenagem a personalidades. Foi
aprovado por lei, em 2008.
Ele causou polêmica entre
moradores e comerciantes da
região, que conseguiram que
a Justiça suspendesse as
obras em novembro do ano
passado, quando o alargamento do passeio já tinha sido feito pela prefeitura, ao
custo de R$ 77 mil.
Os moradores reclamavam
que o alargamento da calçada -e o consequente estreitamento da rua- agravaria o
trânsito da região e que o projeto atrairia mais frequentadores, o que aumentaria o
barulho dos bares.
No acordo, ficou estabelecido que metade da calçada
teria sua largura reduzida em
1,20 metro -a outra metade
continuaria com a largura de
6 metros- e que a Rede Biroska poderia tocar seu projeto em toda a extensão.
Além disso, o acordo prevê
que os bares cumpram normas já previstas em lei, como
retirada de mesas da calçada
à 1h, cumprimento da lei Cidade Limpa, regularização
da iluminação e da limpeza
do passeio e retirada do serviço de valet. O descumprimento custaria multa diária
de R$ 10 mil.
A rede terá 120 dias para
colocar o acordo em prática,
a partir de sua homologação,
que ainda não tem prazo.
"É uma vitória parcial,
mas é uma vitória, porque teremos a supervisão do Ministério Público para o cumprimento da lei", disse José Ricardo Campelo, morador que
entrou com a ação e, em seguida, ajudou a criar uma associação de moradores do
bairro, que ele hoje preside.
Na segunda-feira, a Folha
participou de uma reunião
da associação para discutir o
acordo. Parte dos moradores
se mostrava insatisfeita, porque queria que toda a calçada fosse reduzida, voltando
aos 4 metros de largura que
tinha originalmente.
Wesley Machado, diretor
da Rede Biroska, disse que
não se manifestaria em relação à Calçada da Fama.
A advogada da rede, Patrícia Gaspar, disse que só falaria após a homologação do
acordo pelo Ministério Público e pela Justiça.
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