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ADMINISTRAÇÃO
Graças a juros maiores, total devido pela Prefeitura de São Paulo à União sobe de R$ 15,2 bi para R$ 16 bi
Dívida tem aumento de R$ 800 milhões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
A dívida de São Paulo com a
União cresceu em R$ 800 milhões,
após a decisão da petista Marta
Suplicy de não pagar neste mês
parte do débito que tem com o governo federal, conforme previsto
no contrato de renegociação.
No final do mês passado, o total
da dívida paulista era de R$ 15,2
bilhões. O saldo devedor passou
agora para R$ 16 bilhões, segundo
o secretário do Tesouro Nacional,
Eduardo Guardia. O aumento de
5,3% no total da dívida de São
Paulo é resultado da elevação dos
juros que o governo cobra do município, de 6% ao ano para 9%. Se
quisesse evitar o juro maior, a
prefeitura precisaria ter pago ao
Tesouro R$ 3,049 bilhões até segunda-feira.
O aumento dos juros não incidirá apenas sobre os próximos pagamentos, mas serão cobrados
desde a data em que o contrato
entrou em vigor, em 4 de maio de
2000.
Guardia enfatizou que São Paulo não tinha obrigação de pagar
parte da dívida. O pagamento ou
não dessa parcela era uma opção.
"A prefeitura está absolutamente
em dia com todas as suas obrigações. Não existe calote. Não existe
descumprimento do contrato ou
flexibilização do programa de renegociação da dívida."
Segundo ele, a decisão de Marta
não terá nenhum impacto no Orçamento da União deste ano, pois
esse dinheiro não foi incluído nas
estimativas de receita do Tesouro.
No total, o governo federal tem
contratos de renegociação da dívida com 183 cidades, dos quais
44 tiveram a opção de pagar parte
de seu débito em até 30 meses a
partir da assinatura do contrato.
Quem não paga é punido com a
cobrança de juros maiores.
Prefeituras petistas
Das sete prefeituras de capitais
administradas pelo PT, três possuem débitos importantes e querem conversar com o novo governo. Além de São Paulo, os administradores de Belo Horizonte e
de Aracaju vão buscar espaço para rediscutir os valores devidos
com o futuro governo.
Na capital sergipana, o secretário Nilson Lima disse que a situação da dívida do município com a
União é regular, mas, se houver
espaço para renegociação, vai
querer discutir prazos e valores.
O total do débito é de cerca de
R$ 70 milhões. O pagamento
compromete 10,2% da receita
mensal da prefeitura -praticamente o mesmo percentual que
sobra de recursos para novos investimentos.
Em Belo Horizonte, cuja dívida
com a União leva 6% da receita
mensal, a intenção é pressionar
por uma renegociação, conforme
disse o prefeito Fernando Pimentel na semana passada.
A situação dos débitos é considerada confortável pelos governos de Recife, Goiânia e Belém,
também administradas por petistas. Porto Alegre, outra capital governada pelo partido, não tem
contas a pagar para a União.
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