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Depois de dois dias sob os escombros, vira-lata é encontrado sem ferimento
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após quase dois dias embaixo dos escombros, Tobby, vira-lata da família que teve a casa
atingida pelo Learjet no domingo, foi achado sem ferimentos. Ele estava amarrado
ao pé da cama em uma parte do
imóvel que não foi destruída.
Tobby, apesar de ser de Cristina Simões Silva -que morava na casa dos fundos do terreno atingido pelo avião-, era o
predileto de Cláudia Fernandes, 16, que teve 30% do corpo
queimado e está internada no
Hospital do Servidor Público
Estadual de São Paulo. Ela ainda corre risco de morte.
Tobby é um dos três cães
que viviam no número 118 da
rua Bernardino de Sena. Dois
foram resgatados no domingo.
Um deles, Tom, está com um
veterinário. A outra era Preta,
que pertencia a Cláudia e está
num pet shop com Tobby.
Ontem os cães receberam a
visita de Cristina e das irmãs
Beatriz e Adriana, além de Rosa Maria, mãe das meninas. "É
a primeira vez que elas [as filhas] saem do hotel [para onde
foram levados familiares e moradores]", afirma Rosa Maria.
"Acho que é bom para elas sairem um pouco de lá."
Um psicólogo dará assessoria às tias de Cláudia para decidir como contar que os pais dela morreram no acidente. Segundo as tias, ela descreve a
tragédia, mas pensa que só ela
e a amiga, Laís, também sobrevivente, foram atingidas.
Ontem, Rosa Maria Simões,
tia paterna de Cláudia, disse
que tem interesse em ter a
guarda da sobrinha, a quem
disse ser muito apegada. "Podemos dividir a guarda dela",
disse Rosa Maria, referindo-se
às outras tias de Cláudia.
Valdislene Gabriel de Matos,
tia pelo lado materno, já contratou advogado para tentar ficar com Cláudia. Ela, que tem
três filhos e cria a filha de outra
irmã que morreu há seis anos,
ainda não conversou com João
(tio paterno) sobre a possibilidade de um acordo.
Valdislene e outros parentes
também cogitam a possibilidade de processar a Reali Táxi
Aéreo. "Queremos algo para a
criação da Claudinha. Ela vai
precisar de fisioterapia, remédio e outras coisas. Mas ainda
vamos ver com o advogado o
que fazer", diz o primo Sergio
Ricardo de Souza Silva.
Ontem à tarde ainda foi retirado um peixe Betta da edícula
da casa. Ele foi encontrado pela família de Rosa Maria, que
visitou o local pela primeira
vez após o acidente. O peixe estava em um local próximo de
onde estava o vira-lata.
A rua Bernardino de Sena,
interditada desde o domingo,
foi liberada para o tráfego ontem.
(RAFAEL TARGINO, LUISA ALCANTARA E SILVA E DANIEL BERGAMASCO)
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